O DEM quer propor a convocação do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró na comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Foi o que afirmou o líder do partido, Mendonça Filho (PE), segundo quem o ex-dirigente é “uma peça-chave”.
A comissão deve ser instalada no retorno do recesso parlamentar, que termina em 1º de fevereiro. Como cabe à Câmara autorizar o processo, não há um depoimento formal, com uma convocação. No entendimento da área técnica da Câmara, a oitiva não é obrigatória nessa fase, mas no Senado, a quem cabe a busca de elementos para afastar em definitivo a presidente Dilma Rousseff.
Para o líder democrata, os trechos da delação de Cerveró divulgados até o momento envolvem mais diretamente a Petrobras, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma.
Cerveró afirmou ter ouvido do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) que Dilma havia colocado todas as presidências da BR Distribuidora à disposição do político.
“Em primeiro lugar, vamos fazer uma avaliação das pedaladas e trazer informações do TCU (Tribunal de Contas da União), que é a base de sustentação em relação ao impeachment. Depois vamos buscar outras coisas que possam dar suporte ao processo, inclusive a delação do Cerveró com o uso da Petrobras como fonte de financiamento ilegal de campanhas petistas, o partido de Dilma”, completou Mendonça Filho.
O líder do DEM não descarta ainda pedir para ouvir os outros diretores da Petrobras
Ao deixar a Câmara dos Deputados no início da noite desta terça-feira (13), o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o impacto do depoimento de Cerveró ao processo de impeachment. “As motivações do processo do impeachment são de natureza dos decretos orçamentários, das pedaladas. Não tem a ver com as denúncias (da Lava Jato). Isso é mais uma questão de sentimento que alguém possa ter”, afirmou.
AÇÃO NO TSE
As revelações de Cerveró também levaram advogados do PSDB a avaliar incluir a delação do ex-diretor nos processos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que questionam a legalidade da reeleição de Dilma, em 2014.
O entendimento é que os trechos divulgados até agora “envolvem mais diretamente” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma no escândalo da Petrobras.
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