O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), confirmou no sábado (21) que o partido apontará um candidato a vice-presidente para a chapa encabeçada pelo governador de São Paulo, José Serra, caso o governador mineiro, Aécio Neves, não aceite a tarefa.

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Setores do PSDB, no entanto, resistem a essa indicação, avaliando que o escândalo político envolvendo a queda do governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, causou grande desgaste à imagem do DEM e poderia prejudicar a candidatura de Serra, caso o partido ocupe uma vaga tão importante como a de vice-presidente.

Maia confirmou que uma das possibilidades de indicação para a vaga de vice é o da senadora Katia Abreu (TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), como revelou a coluna de João Bosco Rabello, na edição de domingo do jornal O Estado de São Paulo.

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"Se Aécio Neves for o candidato a vice, não haverá qualquer discussão da parte do DEM. Mas acho pouco provável que isso vá acontecer porque o próprio governador tem dito que não será o vice. Nesse caso, não tenham dúvidas que o DEM aprovará um nome para vice na sua convenção, em junho", avisa.

Para o presidente do partido, o problema envolvendo Arruda, que se desfiliou do DEM para não ser expulso, não serve como desculpa para impedir a presença do partido na chapa. E cita o tempo de propaganda eleitoral que o DEM poderá oferecer como principal motivo para que a aliança se concretize com a divisão da chapa.

"O PSDB tem 66 deputados. O DEM tem 65. Ou seja, os tempos de propaganda eleitoral dos dois partidos são praticamente idênticos. Sem o tempo do DEM, a campanha não se viabiliza. Não vejo como essa parceria não seja feita sem que o posto de vice seja discutido diretamente com o DEM", diz.

Apesar desse movimento, é improvável que as relações entre DEM e PSDB azedem a ponto de os dois partidos caminharem separadamente na sucessão presidencial. Desde a primeira vitória de Fernando Henrique Cardoso, na eleição nacional de 1994, os dois partidos têm sido parceiros eleitorais constantes e atuam juntos dentro do Congresso na oposição ao governo federal. O comando nacional do PSDB e o próprio Serra também já deixaram claro que desejam a manutenção da parceria com o DEM.

Para fortalecer a campanha presidencial, os tucanos contam com a coligação do PSDB não apenas com DEM, mas também com PPS e PTB. Sonham ainda em avançar na negociação com o PP, presidido pelo senador Francisco Dornelles (RJ). Mas essa aliança se tornou cada vez mais improvável dada à participação intensa do ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP), nas inauguração de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao lado da pré-candidata do PT, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

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Maia acha, entretanto, que agora não é o tempo adequado para discutir a questão da formação da chapa. "Não podemos falar de vice antes de o candidato a presidente se lançar, o que só deverá o ocorrer dia 10 de abril", afirma. E avisa que o partido não quer criar dificuldades para a candidatura Serra. "Nosso interesse é colaborar ao máximo. Tanto que aceitamos até a opção de chapa puro-sangue, com Serra e Aécio. Mas não dá para aceitar se o PSDB apresentar dez opções para vice, excluindo o DEM", garante.