Brasília - Quatro dias após ser arquivada por uma manobra da base governista, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST pode ressurgir com novo nome: CPMI do Campo. Patrocinado pela bancada ruralista do DEM, o requerimento de criação da nova CPMI já circula pelo Congresso e precisará do apoio de, no mínimo, 27 assinaturas do Senado e 171 da Câmara para vingar.
Os signatários do requerimento deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Ronaldo Caiado (DEM-GO) e a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) se amparam na ocupação promovida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em uma fazendo do grupo Cutrale, no interior São Paulo. Na segunda-feira, militantes destruíram cerca de 7 mil pés de laranja para, segundo disseram, plantar feijão.
"Eles não têm medo de nada. Eles não têm limites. O governo está amparando, algumas vezes silenciosamente, outras vezes através do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário, repassando recursos públicos através de cooperativas de fachada, que foram criadas para que os recursos chegassem até o MST", criticou a senadora Kátia Abreu, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
A ocupação irregular da fazenda da Cutrale e as fortes imagens veiculadas na imprensa, na qual militantes do MST destroem parte da plantação de laranja da área invadida, foram usados como mote pelo DEM para ampliar o objeto de investigação da CPMI.