Carlos Lupi: ex-ministro diz não saber por que não foi substituído| Foto: Evaristo Sa/AFP

Treze meses após ter deixado o Ministério do Trabalho em meio a denúncias de irregularidades, o presidente do PDT, Carlos Lupi, continua ativo no governo federal, como conselheiro do Banco Nacional de De­­senvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada nesta quinta-feira, ele recebe cerca de R$ 6 mil por mês, pagos a cada trimestre. O cargo permite que ele acompanhe e aprove a execução do orçamento do banco.

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O conselho é composto por dez membros, com mandato de três anos, nomeados pela presidente da República. Entre os companheiros do pedetista no órgão estão o ex-governador do Paraná Orlando Pessuti (PMDB) e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. A vaga ocupada por Lupi é de indicação do Ministério do Trabalho.

Sucessor dele no comando da pasta, o deputado federal licenciado Brizola Neto (PDT-RJ) informou que solicitou a substituição de Lupi no cargo em junho de 2012. Já o ex-ministro disse não saber o motivo pelo qual ainda não foi substituído. Ontem, Brizola Neto iniciou nova tentativa de tirar do cargo seu antecessor, sinalizando que fará outra indicação para o cargo.

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Histórico

A trajetória de Lupi em cargos públicos é repleta de situações similares. Em 2007, ano em que assumiu o ministério, foi questionado pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República por acumular o cargo com a presidência do PDT. Posteriormente, acabou deixando temporariamente a função partidária.

Em 2011, outra reportagem da Folha de S. Paulo mostrou que, antes de ser ministro, Lupi acumulou dois cargos públicos por quase cinco anos. Ele foi, ao mesmo tempo, assessor de um vereador na Câmara do Rio de Janeiro e assessor da liderança do PDT na Câmara dos Deputados, em Brasília. Acumular cargos é ilegal.

Lupi foi o sétimo ministro demitido pela presidente Dilma Rousseff, o sexto por suspeitas de irregularidades. A principal delas era a existência de um suposto esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas pelo governo para a capacitação de trabalhadores. A recomendação final para a demissão dele partiu da Comissão de Ética, que informou que ele não prestou os devidos esclarecimentos sobre as denúncias em que estava envolvido.