A demora da presidente Dilma Rousseff para definir os cargos do segundo escalão movimenta a nau dos insatisfeitos na base aliada e provoca rebelião no PT. Na queda de braço entre as correntes petistas, um quer puxar o tapete do outro para arrumar emprego de alto gabarito e há uma contabilidade paralela para verificar qual Estado ou região emplaca mais indicações.
Em uma referência jocosa à Baía de Todos os Santos, o Estado comandado por Jaques Wagner (PT) é chamado por correligionários despeitados de "Bahia de todos os cargos". A briga, hoje, é por uma cadeira na diretoria da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), presidida pelo PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
"Não estou em guerra por cargos porque essa não é a minha praia" disse Wagner. "Agora, é inconcebível que nosso Estado não tenha pelo menos uma diretoria da Chesf sendo o maior produtor de energia do Nordeste e o maior consumidor da região." Os baianos contam com dois ministérios (Cidades e Desenvolvimento Agrário) e as presidências da Petrobrás e da Caixa (CEF), entre outros postos.
A cúpula do PT apresentou ao governo 104 nomes para o segundo escalão, mas ainda não obteve sinal de que a fila vai andar. Dilma prometeu a Eduardo Campos que ele apadrinharia o novo presidente da Chesf. Além dos socialistas, ela também tem driblado o PT e o PMDB, sob o argumento de que os melhores nomes serão acomodados "no momento adequado".
Enfurecido, o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), foi reclamar com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB) e com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. "Assim não dá para segurar", disse ele, referindo-se aos peemedebistas que, insatisfeitos, ameaçam dar o troco em votações no Congresso.
Estão no radar dos aliados empresas como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), a Eletronorte e a Eletrosul, além da Sudene e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs).
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