A defesa do senador Demóstenes Torres (Ex-DEM-GO) protocolou nesta segunda-feira (7) no Conselho de Ética do Senado um pedido para que seja dado um prazo de mais 10 dias úteis de defesa para ele.
"Resta inequívoco assim que a defesa do senador defendente não pôde ser exercida em sua plenitude", diz petição entregue no fim da tarde. O Conselho de Ética marcou para amanhã a sessão que decidirá sobre a abertura de processo contra o senador por quebra de decoro parlamentar em razão de suas ligações com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
O relator do processo contra Demóstenes, senador Humberto Costa (PT-PE), pediu a abertura do processo ao afirmar, entre outras coisas, que Demóstenes faltou com a verdade no plenário da Casa quando negou conhecer as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira. Segundo Costa, Demóstenes usou o mandato para atuar em favor dos interesses do empresário.
Na semana passada, o presidente do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), já havia negado pedido da defesa de Demóstenes para que pudesse se manifestar em cinco dias após a divulgação do relatório de Humberto Costa.
Nesta segunda-feira, o advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, alegou que o relatório de Costa aborda fatos novos que não foram explicados pelo senador. "É fato que ao senador Demóstenes simplesmente não foi facultada a possibilidade de se defender desses novos fatos a ele imputados no relatório", diz a defesa.
O advogado menciona, no documento, uma sessão da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que discutiu em 2008 a legalização de bingos, ramo de atuação de Carlinhos Cachoeira. Demóstenes não esteve na reunião, o que, para o relator Humberto Costa, demonstra indício de sua atuação a favor de Cachoeira.
A defesa informa, na petição, que o senador estava em missão oficial, viajando, para participar da 63ª Assembleia da ONU.
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