O senador Demóstenes Torres presta depoimento na manhã desta terça-feira (29) no Conselho de Ética do Senado. Demóstenes responde a processo por quebra de decoro parlamentar, por suspeita de envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.
Segundo o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, Demóstenes fará uma exposição inicial mostrando os pontos altos de seu mandato, para tentar convencer que teve uma atuação digna. Em seguida, tratará de cada uma das acusações que lhe foram imputadas pela representação feita pelo PSOL e pelo relatório do senador Humberto Costa (PT-PE). Quando terminar a defesa, que deve durar meia hora, Demóstenes se colocará à disposição para responder às perguntas dos senadores.
A defesa de Demóstenes questiona na Justiça a legalidade dos grampos feitos durante a operação Monte Carlo em que o senador aparece em conversas comprometedoras com Cachoeira. Segundo o advogado, o senador não poderia ter sido grampeado sem a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), porque ele tem foro privilegiado.
A defesa de Demóstenes tentou ainda adiar o depoimento marcado para hoje para que antes o Conselho de Ética fizesse perícia nos áudios da Polícia Federal. Segundo o advogado do senador, um perito consultado extraoficialmente pela defesa constatou que parte dos diálogos foram alterados.
A estratégia do ex-líder do DEM é ganhar tempo. Sua cassação no Conselho, onde o voto é aberto, é dada como certa entre os senadores. Mas ele já articula para derrubar a decisão do colegiado no plenário, onde o voto é secreto.
A cassação de um mandato exige o voto de 41 dos 81 senadores. Demóstenes já contaria com 30 votos a seu favor, principalmente do PMDB, que, segundo um integrante do partido consultado, não tem tradição de votar por cassação de mandato.
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