A Polícia do Senado ouviu nesta quarta-feira (20) a funcionária aposentada do Senado Denise Zoghbi, mulher do ex-diretor de Recursos Humanos da Casa, João Carlos Zoghbi. Denise saiu do depoimento sem falar com a imprensa.
O advogado da ex-servidora, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, disse que ela não tem nenhum envolvimento com o esquema de empréstimos consignados no Senado.
"Ela não tem nenhum envolvimento com o que a Polícia está investigando. Foi um depoimento muito rápido", disse o advogado, que saiu pouco antes de terminar a audiência de Denise com a Polícia do Senado, que durou cerca de uma hora e meia.
A Polícia do Senado queria saber se Denise tinha conhecimento sobre a empresa Contact, cujo um dos administradores é seu filho, Marcelo Araújo Zoghbi. A empresa intermediava empréstimos com servidores do Senado e as instituições financeiras.
Há suspeitas de que a Contact foi beneficiada por João Carlos Zoghbi, pai de Marcelo, em um esquema que ampliava o limite legal de empréstimos consignados com desconto na folha de pagamento dos funcionários da Casa. O limite de comprometimento do salário com esse tipo de operação é de 30%.
Na terça-feira (19), Kakay admitiu que o ex-diretor autorizou empréstimos acima desse valor e que essa era uma operação "corriqueira" no Senado.
A Polícia do Senado indiciou por formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção passiva o ex-diretor de recursos humanos da Casa. Ele nega irregularidades. Ele disse à revista "Época" que a empresa pertence a seus filhos, mas que está no nome de uma ex-babá porque é proibido a servidores públicos terem companhias que fazem negócios com órgãos públicos.
Marcelo Araújo Zoghbi, administrador da Contact, também foi indiciado por formação de quadrilha e corrupção passiva. Outros dois gestores da empresa também foram indiciados pela Polícia do Senado. Bianka Machado Dias foi indiciado por formação de quadrilha e corrupção passiva. Ricardo Nishimura Carneiro foi indiciado por esses mesmos crimes e por sonegação fiscal.
O advogado de Marcelo, Bianka e Nishimura, Celso Lemos, disse que a Polícia do Senado está "entusiasmada" com o inquérito e foi "açodada" ao promover indiciamentos. Segundo ele, as denúncias dos policiais do Senado serão preteridas pelo inquérito semelhante que deve ser feito na Polícia Federal.
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