Embora o prefeito de Londrina, Barbosa Neto (PDT), não tenha sido envolvido na Operação Antissepsia, a investigação sobre a relação de agentes municipais com a corrupção na gestão de programas de saúde pública do município já atinge a popularidade do pedetista. Uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas, encomendada pela Gazeta do Povo e pelo Jornal de Londrina, mostra que 52,48% dos entrevistados desaprovam a administração de Barbosa.
O levantamento foi realizado entre 26 e 30 de maio, quando a Operação Antissepsia já se traduzia em uma enxurrada diária de notícias nos jornais, rádios e tevês locais sobre a investigação, revelada com a prisão de Fidélis Cangussu, o procurador-geral e braço direito de Barbosa no município.
Segundo o cientista político Mario Sergio Lepre, os dados da pesquisa revelam que a estabilidade inicial dos dois anos do governo Barbosa Neto dá sinais evidentes de fadiga diante dos escândalos. "O prefeito e assessores foram envolvidos em uma sequência de fatos muito graves. Alguns até inexplicáveis", avalia Lepre.
O envolvimento da primeira-dama Ana Laura Lino no escândalo ela foi acusada por um dos participantes do esquema fraudulento também contribuiu para atingir a imagem de Barbosa, avalia Lepre. "O chefe do executivo tem pontos positivos, mudou várias situações consolidadas na cidade. Mas se expôs demais, brigou muito, e marcou uma imagem de agressividade excessiva até mesmo quando toma medidas muito necessárias para a gestão", afirma.
"A avaliação, no entanto, piora um pouco porque passa para o campo de discussão da corrupção e as suspeitas sobre a prefeitura. São desmandos que Londrina não tolera mais", aponta o analista. De acordo com Lepre, a reprovação ao governo deve aumentar caso o noticiário sobre a fraude se estenda. "A corrupção é nefasta. Se as notícias se mantiverem na mídia, Barbosa terá uma grande questão para enfrentar no próximo ano."
No levantamento do Paraná Pesquisa, a gestão da saúde pública em Londrina é considerada pela população da cidade no Norte do estado como foco dos maiores problemas do município. Cada entrevistado poderia indicar duas áreas que considerasse críticas e o descontentamento com a saúde foi apontado por 65,6% dos pesquisados. Segurança pública, com 43,73%, ficou em segundo lugar.
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