Acho ótimo [a denúncia ter chegado à Assembleia]. Agora, não só o Conselho de Ética como também o Judiciário tem que se pronunciar.
O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná se reúne nesta segunda-feira (6), pela primeira vez, para analisar a denúncia criminal contra o deputado Nelson Justus (DEM), por supostas irregularidades no período em que ele presidiu a Casa entre 2007 e 2010. A primeira medida será escolher um relator para o caso e notificar Justus a respeito do processo. A partir daí, o parlamentar terá cinco sessões plenárias para apresentar defesa.
O relator do processo de Justus será definido pelo presidente do Conselho de Ética, Pastor Edson Praczyk (PRB), entre os outros quatro integrantes do grupo − Tião Medeiros (PTB), Anibelli Neto (PMDB), Hussein Bakri (PSC) e Missionário Ricardo Arruda (PSC). Ele não terá prazo determinado para finalizar o parecer, que será votado posteriormente pelo conselho. Caso se opte pelo arquivamento do processo, a decisão será lida em plenário apenas para dar ciência aos deputados. Se o encaminhamento for pela imposição de alguma sanção a Justus, o relatório será votado no plenário. Uma eventual cassação só acontecerá com voto da maioria dos 54 deputados. A votação é secreta,
Denúncia
Ao lado de 31 pessoas ligadas a seu gabinete, Justus foi denunciado em fevereiro pelo Ministério Público Estadual (MP) sob a acusação dos crimes de formação de quadrilha, peculato (desvio de recursos públicos), falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, referentes ao escândalo dos Diários Secretos. Na denúncia, o parlamentar, junto com assessores próximos, é acusado de usar funcionários fantasmas em um esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos. Além disso, o MP cita o caso de servidores lotados na presidência da Assembleia que seriam, na verdade, agentes políticos de Justus no interior. Por fim, o órgão acusa o deputado e seus assessores de lavarem dinheiro com a venda e compra de veículos.
Na única vez em que falou sobre o caso, na semana passada, Justus negou as acusações feitas pelo MP. “Acho ótimo [a denúncia ter chegado à Assembleia]. Aliás, provoquei isso para que chegasse o mais rápido possível. Agora, não só o Conselho de Ética como também o Judiciário tem que se pronunciar”, afirmou. “Quem vai dar a resposta [sobre a minha inocência] é a Justiça, não sou eu.”
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