O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (23) que a denúncia do Ministério Público Federal ao STF (Supremo Tribunal Federal) de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras não vai paralisar a Casa.
Segundo ele, há um processo regimental a ser seguido, que é “demorado”.
“A Câmara não vai parar. Primeiro, que não tem processo de cassação [automático]. Para começar um processo de cassação vai demorar muito. Tem que ter representação, depois tem que ter admissibilidade, e depois de votar admissibilidade, tem que instaurar o processo. A Casa vai trabalhar normalmente”, disse.
No meio político, há uma expectativa de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra políticos ao STF ainda nesta semana ou na próxima.
Para o Planalto, no entanto, os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga o escândalo de corrupção na Petrobras, podem engessar o Congresso.
Um dos principais delatores da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que entre 35 e 40 políticos foram citados por ele em seu depoimento.
Se as denúncias contra deputados se confirmarem, eles devem ser alvo de processos de cassação no Conselho de Ética. Após análise do colegiado, a perda ou não do mandato é submetido a voto. Por isso, dizem ministros, o plenário da Câmara estará “paralisado e dominado” pelo desgaste da Lava Jato, e não com projeto.
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