O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, classificou como "preocupante" as denúncias de tráfico de influência que envolvem o também ministro do TCU Walton Alencar Rodrigues e a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. Em troca de mensagens revelada pela revista Veja, o ministro do TCU se mostra agradecido à então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, por "estar no jogo".
"Sei bem a quem devo", afirma, segundo a revista. Na época, Dilma era a titular da pasta e Erenice era secretária-executiva. Rodrigues teria repassado informações privilegiadas a elas em troca de ajuda para nomeação de sua mulher para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
"A estrutura como está montada estabelece essa articulação, ficamos muito preocupados. A corregedoria já abriu um processo, inclusive antes da representação e está em andamento para que seja feita uma avaliação".
Apesar de não querer entrar em detalhes por não ser o responsável direto pelo caso, o presidente do TCU disse que as providências estão sendo tomadas. "Tomamos os procedimentos que devíamos tomar, que é abrir o processo e ouvir as partes envolvidas", informou Nardes.
Planejamento
Nardes criticou nesta quinta-feira, 11, a falta de planejamento e governança no Estado brasileiro e citou a Petrobras como exemplo. Para Nardes, o problema não envolve apenas a empresa ou o governo federal. A ausência de governança, segundo ele, causa erros administrativos, como a compra de Pasadena. "Eu não estou criticando o governo federal, estou criticando a estrutura. A falta de planejamento leva à corrupção, o fato de não existir governança facilita a corrupção. Não tem planejamento, metas, nem avaliação de risco, como o que aconteceu em relação à Petrobras", analisou.
Além de Pasadena, o presidente do TCU usou como exemplo de falta de análise de risco a decisão da Petrobras de construir quatro refinarias ao mesmo tempo, no que chamou de "decisão política".
A ausência de governança, segundo ele, também está presente na falta de articulação entre os ministérios, o que, na sua opinião é um problema mais importante do que o extenso número de pastas (39). "Passa pela questão da governança. Se não houver o planejamento adequado, não adianta ter 20 ou 30 (ministérios)", afirmou, antes de completar: "O que questionamos é que, como está, não está funcionando".
Ele criticou ainda o que chamou de falta de memória nos órgãos públicos causada pelas mudanças bruscas a cada troca de gestão, o que cria ineficiência nos gastos.
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