O anúncio feito nesta terça-feira pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, de que apresentou denúncia no Supremo Tribunal Federal (STF) contra 40 pessoas acusadas de envolvimento com o valerioduto fez a oposição voltar a falar em impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A oposição acha que já existem elementos para responsabilizar o presidente, mas reconhece que ainda não há clima para propor o impeachment formalmente.
O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), diz que não dúvida do envolvimento de Lula, uma vez que não dá para separar o governo e o grupo que comandaria o esquema do mensalão. Em sua denúncia, o procurador-geral aponta quatro petistas como principais responsáveis pelo esquema: José Dirceu, José Genoino, Delubio Soares e Silvio Pereira.
- Do ponto de vista formal, há todos os elementos para o impeachment. O governo é dele, não há como separar - afirma o tucano.
O líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), afirma que o indiciamento dos 40 vai provocar a comoção da sociedade, que acabará levando à apresentação da proposta de impeachment.
- O indiciamento dos 40 vai provocar indignação da sociedade e da indignação à comoção é um passo. E a comoção pode levar ao impeachment - prevê o pefelista.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) diz que o procurador-geral deu uma resposta à altura da gravidade dos fatos. Segundo ele, agora o assunto deixa de ser um debate entre o PT e o PSDB e passa para o Judiciário. Simon diz ainda que, se Lula não sabia de nada, não tem condições de dirigir o país.
- Achei que foi uma resposta à altura da gravidade do que estamos vivendo. Não é mais o debate do PT e o PSDB numa CPI. É evidente que o presidente não sabia. É mais grave do que dizer que Lula sabia. Se não sabia, não tem como dirigir o país. Prefiro o papel de réu do que de vítima - afirma o peemedebista.
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