A investigação do Ministério Público em torno do grupo empresarial do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), indica suposta ação para omitir documentos importantes na parceria com o Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF). As denúncias apontam, por exemplo, o sumiço de relatórios de obras que comprovariam o envolvimento financeiro de cada parte no negócio. Desapareceram as planilhas de setembro de 1995, julho de 1996, novembro e dezembro de 1997, além de janeiro de 1998.
Nesta segunda-feira (11), o Estado revelou que, há três semanas, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com cinco ações na Justiça cobrando R$ 27 milhões do Grupo Paulo Octávio e de ex-diretores do Funcef por prejuízos que teriam causado na construção do Brasília Shopping, inaugurado nos anos 90. Em outubro de 2009, o Grupo Paulo Octávio admitiu que o Funcef - com 105 mil associados no País - repassou mais dinheiro do que deveria ao projeto.
Uma suposta proposta do Grupo Paulo Octávio por escrito permitiu que o fundo aumentasse de 20% para 50% sua participação - que dura até hoje - no Brasília Shopping, situado em zona nobre da capital federal. Esse documento, no entanto, não foi apresentado aos investigadores, apesar das solicitações. Em cima dessa proposta, os diretores do Funcef autorizaram o aumento da participação no empreendimento.
A investigação não localizou também o documento oficial que autorizou o repasse de R$ 1 milhão do Funcef a título de "antecipação de obra". O nome do vice-governador aparece na investigação da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de corrupção no governo de José Roberto Arruda (sem partido) - chamado de "mensalão do DEM", mas ele tem sido poupado pelo Democratas.
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