O sócio do ministro Fernando Pimentel na empresa P-21 Consultoria e Projetos, Otílio Prado, deixou ontem o cargo que ocupava na prefeitura de Belo Horizonte. No pedido de exoneração, aceito pelo prefeito Márcio Lacerda (PSB), ele afirma que pretende evitar "constrangimento indevido" à administração municipal. Lacerda teria pressionado Otílio a deixar a função de assessor para tentar proteger sua gestão das denúncias sobre os serviços prestados pela empresa de consultoria. Oficialmente, no entanto, a decisão de deixar o cargo na administração municipal foi do próprio sócio de Pimentel.
Um aliado relata que Otílio se sentiu especialmente atingido quando foi divulgada a informação de que uma empresa de seu filho, Gustavo Prado, seria uma das clientes da P-21 e teria recebido dinheiro da construtora HAP Engenharia, que tem contratos com a prefeitura de Belo Horizonte. A carta de demissão foi enviada na tarde de ontem a Lacerda. No texto, Otílio avalia que "inexiste incompatibilidade" entre o cargo exercido na prefeitura e sua participação na P-21. Mesmo assim, ele pede para deixar o cargo.
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Pimentel foi posto sob suspeita em razão de seu trabalho como consultor na P-21. Depois de deixar a prefeitura de Belo Horizonte, o petista prestou serviços, entre outros, para a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), recebendo cerca de R$ 2 milhões.
Oposição
A oposição decidiu atacar em outras frentes para tentar driblar a blindagem do governo no Congresso a Pimentel. Ontem, o líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), protocolou no Conselho Administrativo de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) pedido de informações sobre as transações feitas por Pimentel e a P-21, empresa de consultoria do ministro.
No ofício encaminhado ao presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, o líder tucano questiona se existem no conselho registro de ocorrências suspeitas, atípicas ou investigações em andamento relativas às transações bancárias efetuadas, nos anos de 2009 e 2010, por Pimentel ou pela P-21. Na quarta-feira, depois de o governo derrubar o requerimento de convocação de Pimentel na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, os tucanos protocolaram representações no Ministério Público Federal do Distrito Federal e na Comissão de Ética da Presidência da República solicitando abertura de investigação para apuração de suposta prática de improbidade por parte de Pimentel.
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