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O presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Eletroeletrônicas e de Refrigeração de Curitiba e Região (Seletroar), Paulo Bastos, considera que a crise já desestabilizou o governo do presidente Lula.

"Não tem mais como segurar", diz. "Ainda vai aparecer muita coisa, por enquanto o que vemos é a ponta do iceberg."

Para o presidente do Seletroar, que já foi ligado à Força Sindical e à Social Democracia Sindical (SDS) e hoje é independente, existe um "cordão umbilical" entre o governo Lula, o PT e a CUT, por mais que o o presidente Lula insista em distanciar-se do procedimentos internos do partido.

"Essa relação causa um prejuízo no sentido de perder um pouco a credibilidade dos sindicatos", analisa.

Bastos diz que o Seletroar vem conversando com outros sindicatos de Curitiba para organizar um ato na cidade em protesto contra a atual crise política, a qual classifica como "vergonheira".

"Não precisa ser como o dos caras-pintadas, porque o Lula não é o Collor, mas precisamos fazer alguma coisa para eles sentirem que nas eleições do ano que vem eles têm de pagar por isso."

Bastos diz não ter dúvidas de que o presidente sabia da corrupção no PT. "Ele já está tentando tapar o sol com a peneira, mas isso vai influenciar nos resultados da eleições", diz. "Acho que se ele sair candidato, não vai ser eleito, pois a oposição está guardando tudo para detornar o Lula na campanha."

Na avaliação do sindicalista, houve uma "decepção muito grande" por parte dos eleitores que votaram em Lula pensando que ele realmente iria mudar o Brasil e incrementar a área social do país. "Não aconteceu nada disso, muito pelo contrário", diz.

Ele chamou a atenção para o fato de as denúncias estarem denegrindo a imagem do Brasil no exterior, e ressaltou que quase toda a cúpula do PT – como ex-secretário-geral Sílvio Pereira e o ex-tesoureiro Delúbio Soares – passou pelo movimento sindical. "Isso nos envergonha. Delúbio parecia ser uma pessoa séria, honesta e decente", diz.

"Hoje virou uma caricatura, nem seus filhos acreditam mais nele. Isso realmente prejudicou a imagem do sindicato."

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