O depoimento de Daniel Cravinhos ao juiz Alberto Anderson Filho tenta desfazer a imagem de que Suzane von Richthofen era uma menina ingênua, virgem, que foi dominada sexualmente pelo ex-namorado e coagida a matar os pais, como pretende mostrar a defesa. Segundo Daniel, a jovem já não era mais virgem quando eles começaram a namorar. Ela teria dito a ele que perdeu a virgindade aos 14 anos, mas Daniel afirmou não saber com quem. Cravinhos também disse que ela consumia drogas e fumava muito.
Segundo o rapaz, o casal usava preservativos em todas as relações sexuais. Por sugestão de uma amiga, Suzane começou a usar um outro método anticoncepcional, uma injeção de hormônios. Os advogados de defesa chegaram a dizer que ela era obrigada por Daniel a tomar a injeções anticoncepcionais, que considerava muito doloridas.
Ao juiz, Daniel disse que nunca usou drogas dentro da casa dos pais dele e que não deixava que Suzane ou Andreas o fizessem. Segundo ele, Suzane, que já era usuária de drogas antes de conhecê-lo, fumava maconha ao sair da faculdade, antes de ir para casa.
Ele disse ainda que Suzane gostava de ir a motéis e que já tinha uma carteira de identidade (RG) falsificada, onde aparecia com mais de 18 anos. Daniel negou, portanto, a acusação dos advogados de Suzane, que disseram ter sido ele quem conseguiu o documento falso para ela.
Daniel contou ainda que Suzane já tinha testado uma arma dentro da própria casa dela. Segundo ele, o armamento foi testado dentro do quarto dos pais dela, onde o crime ocorreu. Era uma forma de saber se a arma faria muito barulho. Daniel e Suzane chegaram à conclusão que o som de um disparo era mesmo alto.
O rapaz disse que os dois esperaram a mãe de Suzane, Marísia, sair de casa para fazer o teste. O tiro, explicou, foi dado contra um pedaço de laje envolvido em lençóis. Esse material de teste teria sido descartado mais tarde pela própria Suzane.
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