As explicações dadas pelo professor e empresário Walter Paulo Santiago em depoimento à CPI do Cachoeira nesta terça-feira (5) não convenceram os parlamentares. À comissão, o dono da Faculdade Padrão, disse que comprou em dinheiro vivo, entregue em pacotinhos, a casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
"Aparentemente faz parte de uma operação abafa", disse o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR). O senador Pedro Taques (PDT-MT) também considerou confusas e frágeis a versão apresentada por Walter Paulo."Existem muitas dúvidas. Como é que alguém pega R$ 1,4 milhão em cash e não sabe de onde veio?", questionou.
O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) afirmou que a suposta venda da casa de Perilo para o ex-vereador Wladimir Garcez seria uma versão de fachada para encobrir outro suposto negócio entre o governador e o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Perilo disse que vendeu a casa ao professor Walter Paulo Santiago em uma operação intermediada por Garcez, e que recebeu três cheques. Os cheques foram emitidos por Leonardo Ramos, sobrinho de Cachoeira . Em depoimento, Walter Paulo disse que pagou a casa em dinheiro vivo.
"A venda da casa não tem ligação com os cheques da organização criminosa que apareceram nas contas do governador Perillo. A situação é muito ruim para o governador. Ele vai ter que explicar a origem desse dinheiro", disse Vaccarezza.
O deputado petista disse que Marconi recebeu três cheques no valor total de R$ 1,5 milhão do sobrinho de Cachoeira e só depois disso surgiu que a casa teria sido vendida para o empresário Walter Paulo.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também suspeita que a venda da casa seria uma trama para esconder negócios entre Cachoeira e Perillo. "Essa é uma casa mal assombrada. Agora, tenho direito de fazer uma suposição de que o dinheiro era do Cachoeira e da Delta", disse Alencar.
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