Corintianos
Pressionado, pastor cancela viagem à Bolívia
Folhapress
Pressionado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o presidente da Comissão de Direitos Humanos, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), recuou e cancelou a viagem que faria à Bolívia na próxima semana.
Feliciano marcou a viagem numa tentativa de adotar uma agenda positiva para mostrar que a comissão está atuante mesmo enfrentando protestos há quase um mês. O deputado, acusado por ativistas de direitos humanos de ter opiniões consideradas racistas e homofóbicas, sofre pressão para renunciar ao cargo.
A ideia do parlamentar com a viagem era avaliar a situação dos 12 corintianos que estão presos no país vizinho desde fevereiro, quando um jovem morreu durante uma partida de futebol após o disparo de um sinalizador.
A viagem foi aprovada na quarta-feira pela comissão, com a presença de parlamentares aliados do pastor.
Deputados da comissão de Relações Exteriores da Casa já chegaram na Bolívia para tratar do tema. A secretaria da Comissão de Direitos Humanos informou que Feliciano apenas suspendeu a viagem esperando o retorno dos colegas das Relações Exteriores para depois analisar a necessidade de ir ao país.
Ainda na quarta-feira, Feliciano proibiu a presença do público nas reuniões da Comissão para evitar os protestos que cobram sua saída do cargo. Houve protestos e confrontos de ativistas contra e a favor do pastor.
10 mil comentários haviam sido feitos na internet até ontem à noite sobre uma campanha organizada no Facebook propondo a candidatura do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Presidência da República, em 2014. Organizada por um pastor da Assembleia de Deus, a campanha já foi compartilhada mais de 71 mil vezes na rede social, desde o dia 28 de março. Em fotomontagem, Feliciano aparece vestindo a faixa presidencial em frente ao Palácio do Planalto.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu que será fechado o depoimento do pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Relator do processo contra o deputado, Lewandowski afirmou que é preciso "preservar a tranquilidade e intimidade" de Feliciano e disse que a sala onde ele será ouvido hoje é pequena e não comportaria a presença de jornalistas.
O processo aberto contra Feliciano não tramita em segredo de Justiça, o que justificaria o depoimento a portas fechadas. Feliciano foi denunciado pela prática do crime de estelionato pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul em 2009, antes de ser empossado deputado federal. Conforme a denúncia, o deputado teria recebido o valor de R$ 13 mil para ministrar um culto religioso, mas não compareceu.
No passado, os depoimentos colhidos no Supremo eram abertos e podiam ser acompanhados pela imprensa. Em 1996, foi público o interrogatório da ex-ministra Zélia Cardoso de Mello, que atuou no governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello e era acusada de envolvimento com irregularidades.
No ano 2000, repórteres também puderam acompanhar o depoimento da cantora mexicana Glória Trevi, que estava presa no Brasil a pedido do México, onde era suspeita de participação de um esquema de corrupção de menores.
Espaço
Lewandowski afirmou que não há espaço para os jornalistas acompanharem o depoimento. "A sala é mínima e não comporta presença de ninguém. Da mesma forma que o acusado é obrigado a comparecer para prestar seu depoimento, a lei processual penal também lhe garante a tranquilidade para prestar esse depoimento", disse o ministro. "É preciso que ele tenha livre trânsito, que os advogados e a procuradora e o juiz possam trabalhar com toda a tranquilidade para não tumultuar, não haver assédio. Quero garantir a tranquilidade do interrogando", afirmou Lewandowski.Interatividade: Você aprova o depoimento a portas fechadas de Marco Feliciano ao STF? Deixe seu comentário abaixo.
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