Belo Horizonte (AE) – Amigos da família de Marcos Valério Fernandes de Souza estão preocupados com o depoimento de sua mulher, Renilda Santiago, na CPI dos Correios, marcado para terça-feira. Não pelas possíveis informações bombásticas que os deputados e senadores tanto esperam arrancar dela, mas pela reação que Renilda possa ter diante da pressão para que revele detalhes do esquema de corrupção do qual o marido supostamente faz parte. "Renilda não sabe de nada. As empresas só estavam em seu nome, mas ela não tem conhecimento sobre o que acontecia", disse uma pessoa próxima do casal. "Ela chora todos os dias e não sei como vai reagir na hora do interrogatório. Ali só tem leão; eles moem as pessoas."

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A pessoa contou que, desde que o escândalo do mensalão estourou, Renilda emagreceu muito e está enclausurada em sua residência, assim como o marido. Os dois acompanham o noticiário dia-a-dia e se desesperam com o surgimento de mais e mais dados sobre os saques das contas milionárias do publicitário.

Os amigos acreditam que Renilda definitivamente não poderá contribuir muito para esclarecer pontos ainda obscuros das investigações. "Se ela sabe de algo, foi por ter escutado alguma conversa pelo telefone, nada mais", sugeriu um deles, que acha que a tentativa de Valério de evitar o depoimento da mulher teve o propósito de poupá-la da exposição e do constrangimento de ser inquirida, e não de impedir que informações que o incriminem.

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A filha mais velha do casal, que tem 13 anos, também foi afetada pela súbita notoriedade negativa do pai. A menina, amazona de talento, sai pouco de casa e já não freqüenta com tanta assiduidade o Centro de Preparação Eqüestre da Lagoa (Cepel), no bairro da Pampulha, em Belo Horizonte. Marcos Valério é sócio do clube e proprietário de parte de suas instalações. Como a mãe, a garota também acompanha tudo que é veiculado sobre o pai e, segundo amigos, é constantemente vista chorando. Já o caçula não tem idade ainda para compreender o que se passa a seu redor: tem apenas 4 anos.

Este mês, a filha do publicitário ganhou o campeonato brasileiro de hipismo em sua categoria, mas não houve comemoração por conta do drama familiar. "Ela vinha ao Cepel todos as tardes, depois do colégio, e passava horas treinando. Agora, vem pouco. O pai e a mãe gostavam de aparecer nos fins de semana, para vê-la montar. Mas tudo mudou", afirmou o cavaleiro Pedro Paulo Lacerda, presidente do Cepel e amigo da família.

Segundo Lacerda, Valério tem 13 cavalos de raça guardados no centro.

Ele resolveu comprar os animais não como forma de investimento (como chegou a alegar), mas para agradar a filha, que passou a demonstrar grande interesse pela montaria.

O publicitário se associou há cerca de 3 anos. Durante este tempo, ajudou a fazer consertos no haras e chegou a comprar uma parte do terreno, com a intenção de ajudar Lacerda, que acabou se tornando bem chegado.

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