A menos de um mês do fim do prazo para conclusão dos seus trabalhos, a CPI dos Grampos da Assembleia Legislativa do Paraná ainda está longe de solucionar a questão envolvendo os aparelhos achados durante uma varredura na Casa, em fevereiro. Ontem, na acareação entre Antonio Carlos Walger, perito da Embrasil (empresa que realizou a varredura), e Rubens Alexandre de Faria, perito do Instituto de Criminalística do Paraná, os depoimentos foram divergentes na avaliação sobre a hipótese de os aparelhos fazerem ou não escutas telefônicas. Diante do impasse, eles vão prestar juntos um novo depoimento.
Conforme escreveu no laudo que encaminhou à CPI, Faria afirmou que, da forma que os aparelhos chegaram às suas mãos, não foi possível afirmar qual função eles estariam desempenhando. "Não acompanhei o levantamento nos locais onde os equipamentos periciados foram encontrados. Teoricamente o equipamento localizado no PABX telefônico [central telefônica] pode transmitir. É um grampo clássico. Porém, não consegui reproduzir essa situação em laboratório", explicou, em referência a um aparelho encontrado numa sala anexa ao plenário, usada por vários deputados durante as sessões. Os outros equipamentos foram achados na sala de reunião da presidência e na antessala do gabinete da primeira-secretaria.
Walger, por outro lado, reafirmou que havia grampo na Assembleia. "No local, havia sinais evidentes de que outros grampos existiram ali e foram retirados. Provavelmente, as gravações aconteciam no estacionamento localizado nas proximidades da central telefônica", declarou.
Para o relator da CPI, deputado Mauro Moraes (PSDB), como ainda há dúvidas envolvendo o caso, ele não tem condições de concluir o relatório final. "A primeira impressão deixada pelo laudo era de que não havia nenhuma possibilidade de grampo, mas hoje o perito não deu a entender isso. Não houve má-fé de ninguém, mas ele revelou que não tinha conhecimento de determinadas situações", afirmou.
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