Os dois homens acusados de matar a missionária americana Dorothy Stang, se contradisseram nesta sexta-feira, no início do julgamento, em Belém. Rayfran das Neves Sales, o primeiro a falar, admitiu que a arma usada para matar a religiosa em fevereiro foi dada a ele por Amayr Feijoli, o Tato. Mas negou que seja um pistoleiro, numa estratégia para tentar ser condenado por homicídio simples, e não qualificado. Rayfran é assassino confesso de Dorothy, assim como Clodoaldo Carlos Batista, o outro réu.
O depoimento de Clodoaldo contradisse em alguns pontos o que foi dito por Rayfran. Ao contrário de Rayfran, Clodoaldo garantiu que a missionária ainda leu um trecho da Bíblia antes de ser morta. Clodoaldo também negou ter recebido pagamento para efetuar o serviço. Segundo ele, a única quantia recebida foi de R$500 reais para a fuga. O dinheiro teria sido dado por Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como o mandante. Assim como Rayfran, Clodoaldo minimizou a participação de Bida.
Rayfran dispensou o advogado de defesa, argumentando que não tinha dinheiro para pagar os honorários, e passou a ser defendido pela mesma defensora pública responsável por representar Clodoaldo Batista. No seu depoimento, Rayfran tentou inocentar Clodoaldo e Bida de participação no crime. Mas admitiu que, após o homicídio, ele e o outro réu ficaram escondidos na fazenda de Bida.
Na abertura, o juiz titular da 2ª Vara Penal de Belém, Cláudio Augusto Montalvão das Neves, fez o sorteio dos sete jurados, entre os 19 presentes. Foram sorteados três mulheres e quatro homens. Eles entregaram seus aparelhos celulares, que ficarão sob a guarda da Justiça até o anúncio da sentença, e fizeram o juramento. Em seguida, todos os jurados receberam uma cópia do processo e começou a leitura da denúncia do Ministério Público.
Os réus vão responder por homicído duplamente qualificado. A acusação vai pedir pena máxima para os dois, de 30 anos de prisão. Segundo as investigações, eles mataram a missionária Dorothy Stang com seis tiros. Cerca de 300 agricultores montaram acampamento em frente ao Tribunal de Justiça para acompanhar o julgamento dos acusados pela morte da missionária americana Dorothy Stang. Eles fizeram uma vigília na véspera do julgamento e durante parte da manhã realizaram atos ecumênicos em memória de Dorothy.
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