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Dilma Rousseff fará correção de rota na campanha. Depois da crise provocada pelo deputado Ciro Gomes (PSB), que saiu da disputa escancarando a mágoa com o governo, a orientação é para que a candidata do PT à Presidência não vá a roteiros onde a base aliada estiver dividida.

A insatisfação com o comando da campanha petista chegou a ser exposta com todas as letras em reunião da Executiva Nacional do PT, na terça-feira. Àquela altura, porém, a cúpula do partido não esperava o destempero verbal de Ciro. O desfecho do episódio serviu para reforçar a necessidade de Dilma afagar os aliados, e não apenas os do PMDB.

Dilma iria a Goiânia nesta semana, mas a viagem caiu antes de ser confirmada por causa da divisão dos partidos que apoiam sua candidatura. De um lado está o PMDB de Iris Rezende, candidato ao governo. De outro, o PR de Vanderlan Cardoso, que postula a mesma vaga.

As mudanças na campanha, no entanto, não se resumirão aos roteiros. O discurso da ex-ministra – visto como muito técnico – será sustentado por três eixos nessa nova etapa: juventude, mulheres e programas sociais. O PT quer exibir Dilma como a mulher que coordenou os principais projetos do governo em benefício dos mais humildes. "Ela é a alma do governo Lula", resumiu Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antídoto

Apesar de toda a exposição, a petista ainda é desconhecida pela maioria do eleitorado. É por isso que o núcleo da campanha quer reforçar o seu vínculo com os programas sociais. Na avaliação do Planalto, esse é o antídoto para combater a pecha de que ela está despreparada para dirigir o país.

Até Ciro foi na mesma toada ao dizer que o tucano José Serra é "mais preparado, mais legítimo e mais capaz" para dirigir o país do que Dilma. "E como Serra vai unir o Brasil? Com três partidos?", provocou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao lembrar o discurso do tucano no lançamento de sua pré-candidatura, quando recebeu o aval do PSDB, DEM e PPS.

Na tentativa de se apresentar como a herdeira "legítima" de Lula, Dilma vai visitar obras de programas que comandou como ministra. Mesmo com críticas de petistas que cobram propostas novas, a estratégia da comparação entre o governo Lula e FHC será mantida. "Alguns ajustes são naturais, mas ninguém vai deixar de fazer uma disputa plebiscitária, até porque o slogan do ‘pode mais’, do Serra, não vai colar", afirmou o deputado Geraldo Magela (DF), secretário de Assuntos Institucio­nais do PT.

Além de dar cada vez mais entrevistas para programas populares, Dilma quer reeditar a aliança com prefeitos. No diagnóstico do governo, a parceria pode compensar a dificuldade na montagem de palanques nos Estados.

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