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A cúpula do PFL e do PSDB se reuniu em São Paulo para afinar o discurso de campanha depois dos episódios de violência no estado. O presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, negou divergências com o governador Cláudio Lembo e apontou o dedo para o governo Lula por causa da crise na segurança.

Após um encontro rápido, o tucano e o senador José Jorge, escolhido pelo PFL para ser o vice na chapa de Alckmin, apareceram juntos e discursaram na mesma linha para tentar demonstrar união da aliança, abalada nos últimos dias com o desabafo de Lembo, que disse ter se sentido abandonado por Alckmin e outros tucanos de expressão, entre eles, o ex-prefeito José Serra.

- Fofocas - resumiu Geraldo Alckmin, ao negar descompasso com o ex-vice Cláudio Lembo.

O presidenciável tucano agiu com ironia ao afago feito pelo presidente Lula ao governador Cláudio Lembo, que, segundo Lula, "agiu corretamente e fez o que era possível para controlar a onda de ataques criminosos no estado de São Paulo".

- Eu acho ótimo que o Lula elogie o Lembo. Eu acho muito bom. Dessa vez ele acertou. Ele passou todos esses meses elogiando os 40 ladrões. Agora, ele elogiou o homem correto - disse Alckmin.

Alckmin negou que tenha perdido o cartão de visitas da campanha com o episódio dos ataques criminosos em São Paulo e sinalizou que tentará nacionalizar o problema com o discurso de que se não fez mais pela segurança foi porque não teve ajuda do governo federal e do presidente Lula, principal adversário do PSDB na campanha eleitoral.

- O Carandiru não existe mais. Era uma penitenciária com 9 mil presos. Hoje, só em filme. Construímos penitenciária de segurança máxima, que hoje é a penitenciária de segurança máxima do Brasil. Nós chegamos a ter presos de seis estados aqui na Penitenciária de Presidente Bernardes. Não há nenhum caso de fuga. São penitenciárias extremamente seguras - disse o presidenciável.

Alckmin disse que é possível enfrentar o crime organizado colocando os presos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).

- Aliás, esse regime foi solicitado em 17 de janeiro e, infelizmente, só na semana passada foi concedido - disse Alckmin.

Alckmin tentou colocar um fim também nas arestas com o senador José Jorge, que será o vice na chapa dele. O tucano tinha preferência pelo senador José Gripino, mas preferiu afirmar que não havia se manifestado publicamente sobre a disputa. Ele negou ter ficado contrariado.

- Eu queria esclarecer que estou muito feliz com a escolha. Eu passei esses meses todos dizendo que o meu candidato é o José. Eu não tenho preferência pessoal. O que eu quero é aliança - disse.

Pernambucano, o senador José Jorge terá a missão de projetar a aliança no nordeste, onde o presidente Lula apresenta bom desempenho nas pesquisas de intenção de voto. Sem modéstia, o senador disse que se considera mais nordestino do que Lula, também pernambucano - disse.

- O presidente Lula nasceu no nordeste, mas é praticamente paulista. Quando ele diz vou para casa, ele vai para São Paulo - afirmou o senador, que já prometeu manter o programa Bolsa Família, uma das bandeiras do PT e do governo federal, que arrebanha grande parte dos votos no nordeste por Lula.

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