Depois de as declarações do ministro Marcelo Castro (Saúde) sobre a epidemia de dengue e zika terem irritado o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff elogiou, nesta quarta-feira (27), o peemedebista e afirmou que, ao declarar que “estamos perdendo feio” a batalha contra o Aedes aegypti, seu auxiliar quis dizer que a população tem que se empenhar para eliminar os criadouros.
“O que o ministro disse é que se nós todos não nos unirmos, e se a população não participar, nós perderemos essa guerra. E ele está absolutamente certo. Você faz a mobilização, conscientiza, coloca as Forças Armadas, bota todo o governo federal, vamos fazer o dia da faxina do governo federal para que as pessoas percebam que não é algo que você possa adiar. De agora até junho temos que fazer isso”, disse a presidente, ao deixar a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Assim como seu ministro, Dilma se referiu ao combate ao mosquito como uma “guerra”: “Entre ter a vacina e hoje, só tem um jeito da gente combater, que é a população ajudar também. Todo mundo vai ter que entrar nessa guerra, senão você perde ela.”
Questionada se está satisfeita com o ministro, Dilma respondeu: “Bastante. Ele domina bastante bem o assunto.”
Além de afirmar que o Brasil está “perdendo feio” a batalha contra o mosquito Aedes aegypti, o ministro da Saúde disse que o país enfrenta, com o avanço da zika, “uma das maiores crises de saúde pública” da história. Indicado pelo PMDB para o ministério com o objetivo de recompor a base aliada, Marcelo Castro já havia causado mal-estar no Planalto ao dizer que torcia para que as mulheres pegassem o vírus zika antes da idade fértil para que ficassem imunes e que havia o risco de haver uma geração de “sequelados”.
A presidente afirmou que, em reunião fechada com os demais presidentes que compõem a Celac, propôs uma ação de cooperação no combate ao vírus zika:
“Vários países da região têm grande experiência no combate à dengue porque é típica de países tropicais ou subtropicais.”
Na próxima terça-feira está marcada uma reunião dos ministros da Saúde do Mercosul, em Montevidéu, para discutir o assunto.
Oposição diminui ênfase no STF e retoma pautas usuais do Congresso
Pesquisa mostra consolidação da direita nos estados e indefinição no antagonismo a Lula em 2026
Reforma tributária: Relator corta desconto a saneamento e inclui refrigerantes no “imposto do pecado”
Vínculo empregatício com APPs deixaria 905 mil sem trabalho e tiraria R$ 33 bi do PIB, diz estudo