Depois de nove meses em liberdade, Suzane volta à prisão

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Pouco mais de nove meses depois de ser libertada do Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro, no interior de São Paulo, Suzane von Richthofen voltou para a cadeia. Ela se entregou na noite desta segunda-feira no 89º DP do Morumbi, bairro onde estava morando desde que voltou à capital paulista. Ela estava hospedada no apartamento do advogado Denivaldo Barni, que era amigo do pai dela.

Suzane teve prisão preventiva decretada no final da tarde desta segunda-feira pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo, após pedido feito pelo promotor Roberto Tardelli, motivado pela entrevista que ela deu ao programa Fantástico, veiculada neste domingo na TV Globo.

Na entrevista, Suzane é orientada por seu advogado a chorar durante a conversa e dizer que foi induzida por seu namorado, Daniel Cravinhos, e seu irmão, Christian, a cometer o crime, além de consumir drogas. Christian e Daniel são réus confessos do duplo assassinato.

Tardelli considerou a entrevista uma farsa.

- Foi um circo mal armado pelos advogados, de baixíssima inspiração, com atores canastrões e um diretor sem talento - disse ele.

Tardelli afirmou que seu dever é tentar impedir um possível fuga da ex-universitária. A acusada deve voltar à cadeia nas próximas horas.

- Como a lona do circo caiu na cabeça do palhaço, ele agora quer cair fora. Ela vai querer ir embora. A minha função é tentar impedir que isso ocorra e o juiz entendeu a mesma coisa - diz Tardelli, referindo-se à entrevista em que Suzane parece fingir chorar, sob orientação dos advogados.

Os irmãos Cravinhos também voltaram à cadeia depois de conceder entrevista a uma rádio de São Paulo. Durante a entrevista, eles revelaram novos detalhes do crime e o Ministério Público entendeu que eles faziam apologia ao modo como executaram o casal. Tanto eles como Suzane gozavam de um hábeas-corpus que permitia aguardar o julgamento em liberdade.

O julgamento dos três está marcado inicialmente para o dia 5 de junho. Tanto a defesa quanto o Ministério Público, no entanto, pedem que o julgamento ocorra em separado, primeiro os irmãos Cravinhos e depois Suzane.