Comunicação
Imprensa fica com a jornalista Helena Chagas
A jornalista Helena Chagas será a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Helena substituirá no cargo o também jornalista Franklin Martins.
Helena deverá adotar a mesma postura de Franklin, de não mexer com a verba publicitária do governo, que deverá continuar sob o comando do jornalista Ottoni Fernandes Junior, atual secretário-executivo da Secom, favorito para continuar no cargo.
A equipe de transição de Dilma Rousseff chegou a estudar a possibilidade de transferir a gestão da verba publicitária para a Secretaria-Geral da Presidência, que será dirigida por Gilberto Carvalho, ou mesmo para a Casa Civil, que será capitaneada por Antonio Palocci. E até mesmo para o Ministério das Comunicações, que cuida de uma área mais ampla, que vai das telecomunicações e radiodifusão aos Correios.
Antes de se tornar a assessora de imprensa de Dilma Rousseff, Helena Chagas foi gerente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a empresa pública criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em substituição à Radiobrás. Foi também diretora da sucursal de O Globo, em Brasília, e repórter de O Estado de S. Paulo e do Jornal de Brasília.
A insatisfação do PMDB com os rumos da composição ministerial impediu que a presidente eleita, Dilma Rousseff, anunciasse ontem peemedebistas que farão parte de seu governo. Diante da rebelião do PMDB, a presidente eleita formalizou apenas os integrantes da chamada "cozinha do Palácio do Planalto", deixando para a semana que vem o anúncio em bloco dos nomes de todos os peemedebistas que vão integrar o primeiro escalão de seu governo.Inicialmente, Dilma pretendia formalizar ontem o nome do peemedebista Edison Lobão na pasta de Minas e Energia e a manutenção de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. O PMDB reagiu ao anúncio a conta-gotas. A presidente eleita confirmou oficialmente apenas a indicação de Antonio Palocci (Casa Civil), Gilberto Carvalho (secretaria-geral da Presidência) e José Eduardo Martins Cardozo (Justiça). O nome de Alexandre Padilha na pasta de Relações Institucionais deveria ter sido ratificado, mas saiu da lista de confirmados no último momento.
A expectativa é que a presidente eleita consiga fechar o xadrez ministerial com os partidos aliados até meados da semana que vem. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), observou que o partido espera ganhar outros dois ministérios para compensar a perda da pasta da Integração Nacional, que deverá ir para o PSB, e das Comunicações, que ficará provavelmente nas mãos do petista Paulo Bernardo. "A diferença agora é essa: o PMDB se preocupa com o conjunto do futuro ministério. Não briga mais", afirmou.
A decisão de brecar o anúncio fragmentado dos ministérios do PMDB foi acertada na madrugada de ontem em uma reunião entre o futuro chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, o vice-presidente eleito, Michel Temer, e os líderes do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara. O receio dos peemedebistas é que a formalização de apenas dois nomes da legenda no futuro governo acabasse enfraquecendo o partido nas negociações ministeriais. Afinal, uma parte do PMDB seria contemplada imediatamente, enquanto o restante perderia "poder de fogo" para negociar mais espaço no governo.
O PMDB reivindica cinco ministérios: dois com indicação da bancada da Câmara e outros dois com os titulares escolhidos por senadores. O quinto ministério seria uma indicação de Temer. O seu candidato é o ex-governador do Rio de Janeiro Moreira Franco. Nessa contabilidade não entra o peemedebista Nelson Jobim, da Defesa, considerado da "cota pessoal" de Dilma.
Turismo
No fim do dia, a informação é de que Dilma teria decidido finalmente aceitar dar as cinco pastas ao partido. Além de Minas e Energia e da Agricultura, o PMDB ficaria com Turismo e Previdência. E Temer ainda poderia indicar um ministro pessoalmente. A ideia é que a pasta do Turismo fique nas mãos de um deputado. Um dos cotados é o gaúcho Mendes Ribeiro. Sua eventual nomeação permitirá o retorno à Câmara do deputado Eliseu Padilha, que ficou com a primeira suplência nas últimas eleições e é do grupo de Temer.
No loteamento dos cargos de primeiro escalão, o Ministério da Previdência deverá sair das mãos do PT e ir para o PMDB com a nomeação de Moreira Franco. Nesse caso, o PMDB do Senado pleiteia a pasta. Os candidatos são os senadores Garibaldi Alves (RN), Eduardo Braga (AM) e Eunício Oliveira (CE). Este último não estaria, no entanto, propenso a deixar o Senado para não dar vaga a seu suplente, o petista Valdemir Catanho. Eunício acusa o suplente de não ter feito campanha para sua eleição.
Passados 34 dias da eleição presidencial, Dilma Rousseff enfrenta dificuldades em fechar seu ministério com os partidos aliados. Além do PMDB, os aliados pressionam por mais espaço no primeiro escalão. O PSB quer aumentar sua cota que, hoje, é de dois ministérios. O governador de Pernambuco e presidente nacional do partido, Eduardo Campos, já conseguiu garantir o Ministério da Integração Nacional.