Pressão
Deputados vão pedir que a eleição de pastor seja anulada
Um grupo de parlamentares da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara vai entrar com um recurso na Mesa Diretora da Casa pedindo a anulação da sessão que elegeu o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência do colegiado.
A ideia é alegar que a eleição teve problemas regimentais, como o fato de ter sido fechada. Eles argumentam que não foi feita uma votação para decidir que a eleição fosse feita sem a presença de público.
Na reunião que o elegeu, Feliciano obteve 11 dos 18 votos possíveis. Seis parlamentares descontentes com a indicação do deputado pelo PSC abandonaram a sessão antes mesmo da votação.
No pedido ao comando da Câmara, os parlamentares vão alegar ainda que, diante dos protestos com brigas e insultos, Feliciano não tem condições de presidir os trabalhos.
Os deputados já pediram ao STF para anular a eleição de Feliciano, mas ainda não houve decisão.
A deputada Antônia Lúcia (PSC-AC) afirmou ontem que vai renunciar ao cargo de vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.
O motivo, segundo ela, é a declaração feita pelo presidente da comissão, pastor Marco Feliciano (PSC-SP), de que o colegiado era "dominado por satanás" antes de sua chegada ao posto. Feliciano fez as declarações na sexta-feira à noite, durante um culto num ginásio de Passos (348 km de BH), no Sul de Minas Gerais.
Ao comentar um protesto contra ele que ocorria do lado de fora, afirmou: "Essa manifestação toda se dá porque, pela primeira vez na história desse Brasil, um pastor cheio de Espírito Santo conquistou o espaço que até ontem era dominado por satanás". Criada em 1995, a comissão já foi presidida por 15 parlamentares antes de Feliciano.
Antônia Lúcia, que também é evangélica, disse que se sentiu ofendida já que faz parte da comissão há três anos.
"Em respeito à minha própria pessoa, ao meu trabalho como parlamentar, eu não aceito uma declaração dessas. Eu acho que nós temos que separar igreja de Parlamento."
Desculpas
Pelo Twitter, Feliciano afirma que conversou com a deputada e "explicou" o ocorrido. "Pedi desculpas pelo mal- entendido e ela aceitou", disse.
Segundo ele, "2 mil pessoas tiveram seu direito de liberdade de culto violado. Mas o que interessa é que falei sobre satanás, que significa adversário".
Uma reunião de líderes partidários prevista para hoje a fim de discutir a permanência do pastor na comissão foi adiada em razão da ausência do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que está de licença médica durante a semana.
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