A deputada Ana Arraes, do PSB de Pernambuco, foi eleita, nesta quarta-feira (21), no plenário da Câmara, a nova ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). Ela irá substituir Ubiratan Aguiar, que se aposentou. A votação da Câmara será submetida agora à apreciação do Senado.
Ana Arraes, que será a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra no órgão, recebeu 222 votos.
O segundo mais votado foi o deputado Aldo Rebelo (PC-doB-SP), com 149 votos; o terceiro, o deputado Átila Lins (PMDB-AM), com 47 votos; o quarto, o deputado Damião Feliciano (PDT-PB), com 33 votos; o quinto, o deputado Milton Monti (PR-SP), com 30 votos; e o sexto, o auditor fiscal Rosendo Severo, indicado pelo PPS, com 10 votos. Houve dois votos em branco.
Com a saída de Ana Arraes da Câmara, assume sua vaga o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que está no exercício do mandato na condição de suplente. Ele passa a ser titular, e em sua vaga assume o terceiro suplente Severino de Souza Silva (PSB-PE).
Deputada é mãe do governador de Pernambuco
A deputada Ana Arraes tem 64 anos e é filha de Miguel Arraes, morto em 2005, que foi governador de Pernambuco por três vezes. Ela é mãe do atual governador, Eduardo Campos (PSB). Ana Arraes nega nepotismo por causa dessa relação familiar.
"Não existe nepotismo. Se o nepotismo é feito pelo povo, então, é o nepotismo. Então, não existe nepotismo porque existe democracia. É o voto do povo. Eu estou aqui pelo voto do povo, não é por indicação de ninguém", afirmou.
Ana Arraes disse, aliás, contar com a ajuda da família par ser a indicada da Casa à vaga de ministro do TCU. "Meus dois filhos estão na campanha. O outro não está porque é advogado, mas está na campanha porque nós somos unidos. Nós temos o sentimento de família e temos também o sentimento político", disse.
Atualmente, ela exerce seu segundo mandato como deputada federal e é titular da Comissão de Defesa do Consumidor e vice-líder do bloco PSB-PTB-PCdoB.
Discurso feminista
No discurso ainda como candidata, Ana Arraes ressaltou que tem crescido muito a participação das mulheres nos espaços de poder no Brasil, sobretudo com o governo da presidente Dilma Rousseff. "Entretanto, ainda temos um longo caminho a percorrer, pois a participação igualitária das mulheres no processo de tomadas de decisões é fundamental para o fortalecimento da democracia e para que a composição da sociedade esteja realmente refletida na função pública, nas políticas públicas e na legislação do País", afirmou.
Relembrando sua história de vida e a longa militância política, a deputada, que é advogada e ex-servidora do Tribunal de Contas de Pernambuco, disse ainda que se sente plenamente habilitada a ser a primeira ministra do TCU.
"Vou trabalhar para que o tribunal seja rigoroso com o gestor reconhecidamente perdulário ou improbo, mas que possa também exercer o relevante e estratégico papel pedagógico de orientar, capacitar e qualificar os gestores empenhados em servir ao Brasil", disse.