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A deputada distrital Eurides Brito (PMDB) afirmou neste domingo (16) que vai recorrer da decisão da 2ª vara de Fazenda Pública do Distrito Federal, que determinou na última sexta-feira (14) o afastamento da parlamentar do cargo, a pedido do Ministério Público do Distrito Federal.

Eurides é suspeita de envolvimento no suposto esquema de pagamento de propina no governo do DF, o chamado mensalão do DEM. Ela ficou conhecida por aparecer em vídeos do escândalo supostamente guardando maços de dinheiro na bolsa.

Em entrevista coletiva, a parlamentar negou que tenha recebido propina e afirmou que está preparada para se defender na Comissão de Ética da Câmara Legislativa, onde responde processo por quebra de decoro parlamentar. "Eu quero ganhar e vou ganhar por falta de provas. Eu vou ganhar por provas", disse Eurides.Eu quero ganhar e vou ganhar por falta de provas. Eu vou ganhar por provas"Eurides Brito, deputada distrital afastada por suspeita de corrução

O juiz Álvaro Ciarlini, que afastou a deputada, afirmou que a medida foi necessária para garantir o bom andamento do inquérito. A decisão vale até o fim da apuração das acusações relacionadas ao mensalão do DEM.

"Há razão para crer que ela continuará a agir em prol da organização criminosa instalada na capital da república, podendo atrapalhar as investigações: ocultando provas, dinheiro e corrompendo testemunhas", afirmou o juiz.

Eurides também negou que tenha tentado atrapalhar as investigações. Em sua defesa apresentada à Comissão de Ética, ela alega que os maços de dinheiro mostrados no vídeo seriam do ex-governador do DF, Joaquim Roriz, para pagar encontros em que Eurides teria pedido votos para ambos, em 2006. Roriz negou a versão da deputada.

Eurides Brito e a Câmara Legislativa ainda não foram notificadas da decisão da Justiça. Quando receber a comunicação oficial, a mesa diretora da Câmara consultará a Procuradoria da Casa para saber se o suplente da deputada será convocado. Enquanto estiver afastada, Eurides continua recebendo o salário de R$ 12 mil.

No último dia 30 de abril, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios determinou o bloqueio dos bens da deputada distrital, também a pedido do Ministério Público.

InquéritoO inquérito que apura as denúncias de corrupção do mensalão do DEM levou à prisão e afastamento do então governador José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) por tentativa de suborno de uma testemunha do caso, em fevereiro. Durante a prisão, Arruda teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do DF por infidelidade partidária, deixando vago o cargo. Ele foi solto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no dia 12 de abril, após permanecer dois meses preso.

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