O deputado Silvio Costa (PTB-PE) acusou nesta quinta-feira (31) o senador Pedro Taques (PDT-MT) de trabalhar pela absolvição do colega Demóstenes Torres (sem partido-GO). Costa e Taques protagonizaram um bate-boca na reunião da CPI do Cachoeira marcada para ouvir Demóstenes, que preferiu ficar em silêncio. "Tenho certeza que o Senado brasileiro vai cassá-lo por 80 votos a favor. Espero que o senador Pedro Taques, que hoje mostrou que poderá ser um voto para absolvê-lo, repense o voto e vote pela cassação", afirmou Costa.
Mais cedo, antes da interrupção da sessão, Taques pediu que Costa tratasse Demóstenes com "dignidade". Na CPI, o deputado do PTB disse que o silêncio do senador goiano era a "mais perfeita tradução da sua culpa" e que Demóstenes era um "mentiroso" e um "hipócrita". A confusão envolvendo Costa e Taques levou o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), a encerrar o depoimento de Demóstenes Torres.
Costa disse que não se arrepende de nenhuma das palavras. "Eu queria ter falado mais. Eu procuro ser um cidadão no parlamento, procuro carregar a indignação do cidadão e o Brasil está indignado com esse cidadão, com esse Demóstenes, com esse ex-futuro senador", afirmou.
Pedro Taques afirmou que não descarta a possibilidade de pedir a abertura de um processo no Conselho de Ética contra o colega da Câmara. Mas são mínimas as chances de o caso ir adiante porque os parlamentares têm imunidade em suas opiniões. "Desabafo se faz em boteco, não em CPI. Vou analisar o que será feito, mas não se pode representar por ofensa ao decoro o que não tem decoro", afirmou Taques, ao fim da reunião.
Show
O vice-presidente da CPI do Cachoeira, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), criticou o bate-boca entre parlamentares que acabou levando à suspensão da sessão desta quinta-feira. "Foi um show injustificável. Não poderia ocorrer em hipótese nenhuma", afirmou.
O senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo contra Demóstenes no Conselho de Ética, disse que não é só Silvio Costa que tem se excedido na CPI. Ele citou que o presidente da comissão também é alvo de questionamentos indevidos durante a condução das reuniões. "Não é só o Silvio Costa que se excede, agindo inclusive de maneira desrespeitosa. Esse episódio de hoje pode servir como referência", disse.
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