O deputado Major Olímpio (PDT) apontou ontem o nome da dirigente da entidade que lhe teria apontado artifícios usados por deputados para desviar dinheiro de emendas parlamentares. Trata-se de Teresa Barbosa, presidente de uma ONG chamada Centro Cultural Educacional Santa Terezinha.
No entanto, apesar de Olímpio assegurar que ela está disposta a depor no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa, os membros da comissão já articulam o encerramento dos trabalhos na semana que vem, o que faria com que a mulher não fosse ouvida.
Olímpio, a única pessoa a depor pessoalmente no Conselho de Ética após cinco reuniões, reafirmou o que havia dito anteontem ao Estado: que dona Teresinha, como a presidente da entidade é conhecida, é pessoa "bastante humilde" e de "extrema confiança" do governador Geraldo Alckmin (PSDB). O deputado sustentou que a mulher passou boa parte do desfile comemorativo de 9 de julho abraçada com o governador e naquele dia foi até fotografada com o governador.
"Em determinado momento, dona Teresinha me relatou que alguns deputados - no plural - usavam como estratégia, para ter algum retorno nas emendas, dizendo (sic), olha, eu ajudo a sua entidade, mas também tenho algumas entidades que não estão completamente regularizadas e que também são carentes e precisam de ajuda", relatou Olímpio. "Eu disse: Dona Teresinha, isso é uma forma de extorsão". O deputado afirmou que ela não quis dar nenhum nome, por segurança. Ela teria lhe dito: "Filho, não quero acordar com a boca cheia de formiga".
Convite
Olímpio propôs que o conselho convide Teresa para depor. "Ela tem muitas informações. Tem muito trânsito na Casa Civil e pode relatar muitas coisas sobre às emendas". Teresa Barbosa está fora de São Paulo, mas disposta a falar. A base do governo se apressou em tentar impedir que ela seja ouvida e deve enterrar a comissão na reunião do dia 27.
Olímpio relatou ainda que o presidente de outra entidade, chamado Maurício Pacheco Chagas, lhe teria dito, em março de 2009, que poderia lhe dar uma "participação política" se ele concedesse uma emenda parlamentar para um evento cultural esportivo. O deputado diz não ter revelado o caso antes por não ter testemunhas - mas achou relevante relatá-lo ao conselho. Chagas, que foi subprefeito de Santana, não foi localizado para comentar o caso.
Major Olímpio apresentou também um documento da liderança do governo na Assembleia, de 17 de dezembro de 2009, que caracterizaria privilégios a deputados da base na concessão de emendas. Os deputados deveriam entrar em contato com uma funcionária tratada por Lea, para falar das emendas de 2010. Ela teria dito ao seu gabinete que o governo liberaria R$ 144 milhões para atender a 72 deputados da base. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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