O deputado José Guimarães apresentou nesta quarta-feira uma nova versão para os dólares encontrados com o ex-assessor dele, que tentava embarcar no Aeroporto de Congonhas com R$ 200 mil numa mala de viagem e mais US$ 100 mil na cueca. Cinco dias depois da prisão de José Adalberto Vieira da Silva, o deputado diz agora que o dinheiro apreendido em São Paulo seria para abertura de uma locadora de carros.
O negócio seria uma sociedade entre José Adalberto e um outro assessor parlamentar, José Vicente Ferreira. José Guimarães afirmou ainda que a empresa foi registrada na Junta Comercial do Ceará.
Na Junta, a equipe de reportagem encontrou documentos que mostram que a Estrada Locação Serviços e Administração de Veículos LTDA teria sido registrada em nome da mulher de José Adalberto, Raimunda Lucia Pessoa de Lima, e de José Vicente Ferreira.
O registro teria sido feito no dia 2 de junho. José Vicente, que se apresentou para dar entrevista, afirma que o colega José Adalberto teria dito como conseguiria o dinheiro para montar a locadora.
- Viria de terceiros, de um amigo chamado Kenedy Moura - contou o assessor parlamentar.
Kenedy Moura, que também já trabalhou para o deputado José Guimarães, era assessor do Banco do Nordeste em Fortaleza. Ele tinha sido indicado para o cargo pelo PT. Na segunda-feira, três dias depois da prisão de José Adalberto, Kenedy pediu demissão alegando motivos pessoais.
A comissão de ética do PT se reuniu nesta quarta na sede do diretório em Fortaleza. Este primeiro encontro foi para planejar a investigação interna do partido. O deputado José Guimarães, que se afastou da liderança da bancada estadual do PT, disse que ainda não terminou a investigação paralela que está fazendo, mas comentou as ligações entre José Adalberto, José Vicente e Kenedy Moura.
- Comprovam que eu não tenho nada a ver com isto, nem o PT, nem o presidente nacional do PT - afirmou José Guimarães, que é irmão de José Genoino.
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