Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir pena de prisão por trocar votos por laqueaduras, o deputado federal Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) renunciou ontem ao cargo para evitar processo de cassação de seu mandato. Na carta de renúncia, lida pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), ele faz críticas à corte.
"Por uma decisão equivocada do Supremo Tribunal Federal fui condenado à pena de três anos, um mês e dez dias de prisão em regime aberto por um crime que não cometi, esterilização cirúrgica, por ser crime de mão própria, portanto, impossível de ser praticado por quem não seja médico", afirmou o parlamentar, em trecho do documento de três páginas distribuído no Congresso.
Segundo ele, a decisão da renúncia foi tomada para não causar "constrangimentos" aos demais deputados que teriam de votar em plenário um processo de cassação. A votação, neste caso, é aberta, ou seja, fica registrado no painel como cada um dos parlamentares votou.
Na denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público, entre janeiro e março de 2004 o deputado e outras seis pessoas teriam corrompido 13 eleitoras para que elas vendessem seus votos em troca de laqueadura.
Suplente
Com a renúncia de Bentes, deverá assumir a vaga na Câmara o ex-senador Luiz Otávio (PMDB-PA). Ele foi condenado, em maio de 2012, a 12 anos de prisão pela Justiça Federal do Pará por desvios de recurso público. Segundo o Ministério Público Federal do Pará, responsável pelas investigações, a condenação de Luiz Otávio e de outros ex-integrantes do grupo Rodomar ocorreu pelo desvio de R$ 12 milhões da Agência Especial de Financiamento Industrial. Em 1992, o grupo Rodomar conseguiu o empréstimo com a justificativa de que iria construir balsas, o que nunca aconteceu.
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