A Polícia Civil do Espírito Santo encaminhou um ofício, na manhã desta segunda-feira, ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar de Cariacica pedindo proteção policial à esposa do deputado estadual Elson de Oliveira Batista, Cabo Elson (PDT), de 39 anos. O parlamentar foi acusado pela própria mulher, Ana Aparecida Rosa Santana, de 38 anos, de ter efetuado três tiros contra ela no sábado.
O documento da polícia pede que os filhos do casal também sejam incluídos no programa oficial de segurança. Além disso, a polícia quer que o deputado seja afastado do lar, proibido de se aproximar da esposa, e que forneça alimentação para ela e os filhos durante o tempo de afastamento.
Cabo Elson nega que tenha efetuado disparos contra a esposa. Segundo ele, a mulher esta sofrendo de problemas psicológicos, já teria sido internada duas vezes e esporadicamente sai de casa sem destino certo. O deputado admite que teve um desentendimento com Ana Santana no sábado, mas nega que tenha disparados tiros contra a esposa.
O chefe do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Cariacica, delegado Willis Soares, explica que o próximo procedimento das investigações será o depoimento. Cabo Elson deve ser convocado para prestar esclarecimento nos próximos dias. Os depoimentos prestados pela suposta vítima e pela testemunha do crime, Sonilda Alves da Silva, de 33 anos, amiga de Ana Santana, são idênticos - apenas um mais completo do que outro. As duas relataram que estavam numa locadora, por volta das 20h30m, quando Cabo Elson telefonou perguntando a que horas a esposa iria para casa. Ela teria respondido que não sairia no momento porque estava atendendo clientes. De acordo com os depoimentos, ele teria desligado e ido ao local.
Ambas defendem que o deputado teria chegado nervoso na locadora, chamado a esposa. De dentro do carro, Cabo Elson teria puxado o cabelo de Ana Santana. A vítima reagiu gritando e o parlamentar teria ameaçado ela, dizendo que ela se arrependeria de não ter entrado no carro. O veículo, segundo o depoimento da esposa de Cabo Elson, era de propriedade da Assembléia Legislativa e é usado "normalmente como se fosse dele".
As mulheres relataram que o deputado teria ido até a casa do casal e pegado um revólver calibre 38 e retornado à locadora. Foi quando teria efetuado os disparos contra a vítima, que corria em ziguezague para se esquivar das balas. Ela e a amiga correram por um beco para evitar que Cabo Elson as perseguisse com o carro. As duas teriam se escondido em um matagal, próximo à linha férrea do bairro Boa Sorte. De lá pediram um táxi e foram à delegacia.
A assessoria de imprensa da Assembléia Legislativa informou neste domingo que o episódio envolvendo o deputado Cabo Elson é "estritamente pessoal" e não envolve a casa. A assessoria informou ainda que o uso do carro do Legislativo, se comprovado no inquérito policial a ser instaurado, será objeto de apreciação por parte da Corregedoria Geral como quebra do decoro parlamentar. O regimento interno da Assembléia prevê como punição da censura escrita até a cassação de mandato.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado César Colnago (PSDB), solicitou, na manhã desta segunda feira, ao secretário de Segurança Pública, Evaldo Martinelli, cópia do inquérito criminal aberto contra o deputado estadual Cabo Elson.Colnago pretende reunir a Mesa Diretora para discutir o caso. O tucano também solicitou ao comandante geral da Polícia Militar informações sobre as providências que também seriam tomadas no âmbito da corporação.
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