O Conselho de Ética ouviu nesta terça-feira o depoimento do deputado Josias Gomes (PT-BA). O deputado petista responsabilizou o ex-tesoureiro Delúbio Soares pela transferência de recursos ao PT baiano e solicitou perícia em assinaturas suas nos recibos que atestariam o recebimento de recursos do valerioduto. No processo constam esses dois recibos - duas ordens de pagamento do Banco Rural em Minas para o Rural em Brasília - em nome de Josias Gomes e no valor de R$ 50 mil cada. Os recibos datam dos dias 11 e 18 de setembro de 2004, dias em que o controle do shopping onde se localiza a agência do Banco Rural atesta a entrada do deputado do PT.

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Josias nega os dois saques e não se lembra de ter ido duas vezes à agência. Ele admitiu um saque de R$ 50 mil e afirmou que recebeu, das mãos do ex-tesoureiro Delúbio Soares, outros R$ 50 mil, na sede do PT em Brasília. O deputado não se lembra de ter assinado qualquer recibo. Para o relator do processo, deputado Mendes Thame (PSDB-SP), Josias não esclareceu se o total do saque foi de R$ 100 mil ou R$ 150 mil , mas que no seu caso não há muito o que discutir, já que o próprio deputado admitiu o recebimento de recursos do caixa 2.

- É um dos casos em que há provas materiais. A situação dele não é confortável, porque não contestou o recebimento dos recursos. Não houve mensalão, não houve enriquecimento ilícito, mas houve a utilização política dos recursos do caixa 2. Apenas modifica a tipificação da irregularidade - disse Thame.

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