O deputado estadual Waldyr Pugliesi (PMDB) disse, nesta sexta-feira (26), que solicitou a exoneração de Elieuton Francis Mayer, funcionário do gabinete do parlamentar preso por suspeita de liderar uma rede de contrabando de cigarros. O político relatou que a exoneração ainda não ocorreu oficialmente, mas que foi solicitada para que tenha data de quinta-feira (25) e que deve ser publicada em Diário Oficial nos próximos dias.

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O empregado do gabinete de Pugliesi foi preso pela Polícia Federal na Operação Fractal, uma investigação que aponta que Mayer seria o líder de uma suposta rede contrabandista de cigarros envolvendo policiais e outros funcionários da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). Durante a prisão do assessor, a polícia encontrou na casa dele uma arma sem cadastro e um silenciador.

No total, 22 pessoas foram presas no Paraná, entre elas o capitão Alexandre Dupas Pereira, que teve amplo trânsito na Casa Militar do ex-governador Roberto Requião; e o major Valmor Caetano Dellê. Outros seis policiais militares e um investigador da Polícia Civil também foram detidos.

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Mais cedo, o deputado havia dito, à reportagem da Gazeta do Povo, que o funcionário preso tinha sido apenas afastado do cargo. No fim da manhã, o parlamentar entrou em contato para comunicar que havia pedido a exoneração. "A gente não sabe nada do que está acontecendo, a não ser pela imprensa. Eu também não posso tomar medida arbitrária nenhuma", afirmou, mais cedo, o político.

Operação

A Polícia Federal informou que não foram realizadas novos mandados de busca e prisões nesta sexta-feira. Com isso, o número de presos pela operação permanece em 22. Desses, oito são policial militares, um é policial civil e um é assessor parlamentar. O restante, segundo a assesoria de imprensa, são membros da quadrilha que não têm ligações com cargos públicos.

Além das prisões, a PF cumpriu ontem vários mandados de condução coercitiva, uma forma de obrigar o investigado a prestar esclarecimentos. O coronel Carlos Alexandre Scheremeta, ex-corregedor da Polícia Militar do Paraná, foi um dos conduzidos até a sede da PF em Curitiba. No interior do estado, foram encaminhados para prestar esclarecimentos o delegado da polícia civil José Aparecido Jacovós, de Campo Mourão, e um outro servidor da Alep. A PF também cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de um policial federal em Curitiba.

Esquema

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Segundo a PF, o assessor parlamentar Elieuton Francis Mayer coordenava uma série de ações de tráfico de influência com o objetivo de transferir policiais militares para postos na fronteira com o Paraguai, onde os agentes facilitavam o contrabando de cigarros, principal fonte de renda da quadrilha. Os policiais também também extorquiam contrabandistas de grupos concorrentes.

Umuarama e Curitiba seriam duas das cidades em que o núcleo central da quadrilha agia. "Há infiltração em várias esferas da administração pública", afirmou o novo superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco.

De acordo com o coordenador da investigação, delegado José Iegas, Mayer era o principal articulador da quadrilha. Segundo ele, durante as investigações vários deputados foram mencionados, mas não há indício de que eles tenham participado das atividades criminosas. Por isso, os parlamentares não são alvo da investigação, que continua. A apuração corre sob segredo de Justiça.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado e com o diretório do PMDB em Curitiba, mas nenhum dos dois locais soube informar se Meyer já teria um advogado para defendê-lo das acusações.

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