Em operação para reduzir o passivo com a base aliada, a presidente Dilma Rousseff está decidida a escolher o deputado federal Mendes Ribeiro (PMDB-RS) para líder do governo no Congresso.
Próximo a Dilma, o parlamentar contempla a porção da base que se sentia preterida no xadrez do loteamento desencadeado pelo Planalto desde a crise que derrubou o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci o grupo dos deputados.
Na remontagem da articulação política, Dilma optou pela senadora Gleisi Hoffmann, para Casa Civil, e pela ex-senadora Ideli Salvatti para Relações Institucionais.
A confirmação de Mendes Ribeiro ocorreria ontem à noite em um encontro entre o deputado e a presidente, no Palácio do Alvorada, residência oficial. Surpreendido, o parlamentar voou do Rio Grande do Sul para a reunião.
A escolha do novo líder, um quadro do PMDB e representante da Câmara, foi o passo seguinte à prorrogação do decreto que dá mais três meses de prazo para a liberação do dinheiro das emendas parlamentares aprovadas no orçamento de 2009.
Confirmando a escolha de Mendes Ribeiro, que chegou a ficar fora do páreo porque não "vestiu a camisa" do Planalto na votação do Código Florestal, Dilma contém o apetite do PT. O partido possuía dois candidatos oficiosos ao cargo, os deputados Pepe Vargas (RS) e Arlindo Chinaglia (SP).
Mendes Ribeiro desbanca outro peemedebista também cotado, o senador Eduardo Braga (AM), cuja indicação serviria para costurar a pacificação de um grupo de senadores peemedebistas "rebeldes". Mas o peso da Câmara contou mais.
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