A existência de uma epidemia de negócios suspeitos envolvendo fundos de pensão municipais e estaduais, revelada na quarta-feira (1º) pelo jornal O Estado, de S. Paulo, surpreendeu até mesmo especialistas na área. As operações causaram prejuízos que superam a casa dos R$ 200 milhões a 112 prefeituras e pelo menos 3 Estados. "É preciso reforçar os controles no governo federal, talvez com uma participação maior do Banco Central, e aumentar a transparência dos fundos", avalia o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, que também investigou a ação dos fundos de pensão. A CPI apontou dezenas de operações semelhantes realizadas entre corretoras e fundos de pensão de estatais federais em 2006.
A Confederação Nacional dos Municípios (CMN) quer que os fundos profissionalizem seus servidores para que sejam capazes de avaliar a conveniência de aplicações financeiras. "A fiscalização sobre as aplicações dos recursos financeiros dos regimes de previdência dos servidores públicos é importante, assim como o é também a capacitação dos gestores. É necessário incutir neles a consciência da responsabilidade que detêm no trato do dinheiro público e na gestão previdenciária", afirma o presidente da CMN, Paulo Ziulkoski.
Segundo ele, a entidade vem ampliando o assessoramento aos municípios nesse sentido. "É com a profissionalização da gestão que afastaremos o assédio das corretoras que vêm negociando títulos sem rentabilidade no mercado, prejudicando os servidores e aumentando o déficit do sistema previdenciário."
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