São Paulo (AE) Deputado federal seis vezes, Roberto Jefferson Monteiro Francisco (PTB-RJ), de 52 anos, nunca sublimou qualquer um dos mandatos, como prometera desde que o ex-chefe do Departamento de Administração e Contratação de Material dos Correios Maurício Marinho o acusou de ser o comandante do esquema de corrupção na estatal. Ao longo da vida pública, Jefferson sempre desafiou os mandatos que recebeu do povo. Armado como se estivesse num bangue-bangue, foi um dos generais da tropa de choque do ex-presidente Fernando Colllor de Mello, quando ganhou fama nacional de "troglodita". Em seguida, tornou-se réu da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Anões do Orçamento e foi absolvido, salvando o mandato
No governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele mergulhou, mas não conseguiu dissolver o estigma de político violento. Ainda assim, foi líder do PTB na Câmara.
Ao apoiar a candidatura do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, a presidente, Jefferson iniciou também uma reforma pessoal: afinou a silhueta, engordando a bancada dos metrossexuais, e tornou-se cantor de árias. Antes, o deputado do PTB do Rio divertia-se com a prática do tiro ao alvo e era, assumidamente, da bancada da arma.
Homem de tevê
Na verdade, Jefferson ganhou notoriedade na virada dos anos 70 para os 80, pela atuação como advogado no programa televisivo "O Povo na TV", de perfil popularesco. O discurso moralista, repetido entre quadros que relatavam casos de mau atendimento em órgãos públicos e reportagens policiais, transformou-o num dos deputados federais mais votados do Estado, pelo PTB, nas eleições de 1982, quando teve 84.638 votos.
Advogado criminalista, nascido em Petrópolis, na Região Serrana, e formado pela Universidade Estácio de Sá, chegou ao Congresso em 1983. Muito alinhado com os conservadores, Jefferson foi, de 1983 a 1986, vice-líder do partido na Câmara. Votou, porém, a favor das Diretas-Já, em 1984.
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