Um dos parlamentares mais infieis da base aliada da presidente Dilma Rousseff é também um dos mais ricos e com longa trajetória na política nacional: o ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso (PMDB-MG). Aos 75 anos, com uma fortuna declarada de R$ 77,9 milhões que o faz o terceiro mais rico da Câmara atrás apenas de João Lyra (PTB-AL) e Alfredo Kaefer (PSDB-PR), Cardoso foi prefeito de Contagem (MG) três vezes e governador de Minas Gerais uma vez.
É considerado na bancada um rebelde, pois costuma não se alinhar automaticamente às orientações de seu partido. Muito menos do governo. Segundo levantamento do Estadão Dados, Cardoso votou contra o governo em nove de 18 votações.
Ele se defende afirmando que não é "boi de presépio". "Não abaixo a cabeça para tudo que o governo quer", afirmou. Conhecido como "trator" e "Newtão", o deputado disse que não teme represálias do governo por conta das votações que contrariam o orientação dos líderes governistas. "Não quero ter emprego", ironizou.
O deputado criticou ainda o que considera "posição subserviente" do PMDB em relação ao governo federal e defendeu uma candidatura própria do partido para o governo de Minas Gerais nas eleições desse ano. "O PMDB não tem que dizer sempre sim".
Para ele, o governo da presidente Dilma Rousseff criou cisões "muito graves" no partido, que já podem ser observadas mais fortemente na Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O quadro, previu, deve piorar. Na próximas votações, ele disse que vai manter a postura independente, votando contra o governo petista. "Vou continuar assim", avisou.
Áudios de militares podem inocentar Bolsonaro de suposto golpe de Estado?
Lula estreita laços, mas evita principal projeto da China; ideia é não melindrar os EUA
Congresso frustra tentativa do governo de obter maior controle sobre orçamento em PL das Emendas
A postura “lacradora” do Carrefour na França e a reação do agro brasileiro
Deixe sua opinião