Bancada não tem opinião fechada
A bancada paranaense não tem posição fechada sobre a volta de Delúbio Soares ao PT. Para a senadora eleita Gleisi Hoffmann, por exemplo, esse não é um tema que o partido deveria pôr como prioritário na pauta de discussões. "Se ele entrar com o pedido, a gente tem que avaliar", afirmou.
O deputado federal Angelo Vanhoni disse que não está a par do assunto e que só se pronunciaria depois de falar com os colegas. O deputado Dr. Rosinha diz que é contra o retorno de Delúbio. Segundo ele, o ex-tesoureiro trouxe prejuízo à imagem do PT. "Ele foi punido e tem que cumprir essa punição". Para Rosinha, outros réus do caso do mensalão também deveriam ter sofrido sanções no partido. O maior escândalo do governo Lula consistia, supostamente, no pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo.
z O deputado federal André Vargas, único paranaense na Executiva nacional do PT, criou uma polêmica ontem ao defender que o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares seja readmitido caso volte a pedir filiação. Expulso em 2005 da legenda como um dos principais suspeitos no caso do mensalão, Delúbio estaria prestes a pedir para ser aceito novamente.Vargas afirmou que manter a punição a ele seria uma "hipocrisia". E afirmou que o ex-presidente Lula, se fosse perguntado, provavelmente concordaria com a readmissão de Delúbio. Veja trechos da entrevista concedida à Gazeta do Povo:
O senhor disse que o Lula provavelmente seria a favor de aceitar o Delúbio de novo.Isso se ele fosse consultado. Ele não é membro do diretório, não tem necessidade de ser consultado. Mas não tem motivo para o Delúbio não se filiar ao PT. O que parte da mídia e parte da opinião pública quer é que o Delúbio seja proscrito, que não tenha o direito de trabalhar, de viver. Isso não está previsto na Constituição brasileira. O PT tem o direito de ver e avaliar se é o caso de ele se filiar. Eu vou votar favoravelmente.
O senhor não concordou com a expulsão dele em 2005?Não concordei. Acho que poderia ter dado uma suspensão de direitos. Mas o fato é que o ambiente que nós tínhamos era de guerra política. Não era uma guerra moral, era uma crise política. Queriam interditar o governo Lula e se aproveitaram de uma questão eleitoral.Mas o próprio PT achou que havia provas do erro, tanto é que expulsou o Delúbio.Está provado nos autos do mensalão que não tinha dinheiro público lá. Tinha um problema eleitoral.
Isso não seria uma irregularidade grave o suficiente para expulsar alguém?Eu acho que não. É uma grande hipocrisia.
Por quê?É só pegar os jornais. Eu não ouço o clamor em relação a outros caixas dois denunciados de outros partidos como ouço com o PT.
O senhor acha que Delúbio é inocente?Não se trata de avaliar a inocência ou a culpa. Trata-se de perceber o formato do julgamento. O que o Delúbio fez, como tesoureiro do partido, foi pagar as contas da campanha. Ele não se apropriou de nada.
O senhor acha que a Executiva nacional concordará com a filiação?Acho que não, vai ser difícil.
E na bancada do Paraná?Não falei com os deputados. Acredito que o Vanhoni, o Zeca Dirceu provavelmente seriam a favor, mas não tenho como falar com eles. O Dr. Rosinha, o pessoal da Democracia Socialista, acho que vai ser contra. O pessoal que nunca fez caixa dois.
Isso não prejudicaria a imagem do partido?Rapaz, já disseram que o PT tinha acabado em 2005, no auge do escândalo, e nós fomos o partido mais votado [em 2010].
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