Um dia depois de deixar a carceragem da Polícia Federal, o deputado federal eleito pelo PT Juvenil Alves (MG), acusado de chefiar uma quadrilha especializada em crimes financeiros, voltou para a cadeia em Minas Gerais. Juvenil foi flagrado tentando coagir testemunhas no inquérito em que é acusado de evasão de divisas. Sete advogados de Belo Horizonte e dois de São Paulo também foram detidos.
Nesta quarta-feira, a PF pediu ajuda à Interpol para prender três brasileiros, acusados de integrar a quadrilha, que estão fora do país. Segundo o delegado Bruno Ribeiro Castro, os contadores João Celso Toledo e Renata Neloso Antunes moram no Uruguai. Já Ayrton Ricardo Vargas, dono da empresa Kanechomn, foi localizado em Los Angeles e deve ser preso assim que retornar ao Brasil.
Deputado federal mais votado do PT em Minas, o advogado tributarista Juvenil Alves foi preso, na semana passada, na Operação Castelhana, realizada pela PF em cinco estados e no Distrito Federal. Outras 12 pessoas também foram detidas. Após cinco dias na prisão, o deputado havia deixado a cadeia, na madrugada desta terça-feira, com o fim do prazo da prisão preventiva.
Segundo a PF, a quadrilha teria causado prejuízo de R$ 1 bilhão em operações de lavagem de dinheiro. O escritório do deputado, um dos mais conhecidos de Belo Horizonte, é especializado em abrir sociedades off-shore no exterior, em nome de laranjas, para ocultar bens de empresários brasileiros.
Os acusados devem responder por estelionato, evasão de divisas, falsidade ideológica, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. Em nota divulgada nesta terça-feira, Juvenil negou as acusações.
O diretório do PT em Minas suspendeu temporariamente Juvenil. Caso as denúncias contra ele feitas pela PF sejam confirmadas, o deputado poderá ser expulso do partido.
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