Conhecido por ser um dos mais folclóricos políticos paraenses, o radialista e deputado federal Wladimir Costa (PMDB-PA) pode ter de pagar uma indenização de R$ 2 milhões ao Fundo de Defesa dos Direitos Humanos por ter exibido em 2002 imagens na TV RBA de uma criança de 11 anos que havia sido atropelada e morta.
Costa exibiu o corpo da menina em seu antigo programa "Comando Geral", que ia ao ar na emissora que pertence a Jáder Barbalho. O Ministério Público Federal no Pará (MPF) ajuizou Ação Civil Pública contra a Rede Brasil Amazônia de Televisão (TV RBA) e contra o deputado federal.
O programa ia ao ar às 18h15m com reprise no dia seguinte às 7h10m e não poderia veicular conteúdo que fosse nocivo a crianças e adolescentes. No programa, Wladimir Costa se apresentava como defensor dos direitos do cidadão. Segundo sua própria propaganda, o programa tinha a finalidade de veicular informações jornalísticas e prestar serviços de utilidade às classes populares.
De acordo com o Ministério Público, o corpo de Gleiciane Amorim, morta num atropelamento, foi exibido no dia 11/12/2002, em cenas "chocantes, realçando o corpo da criança morta e pondo em foco seu rosto destroçado, além de fragmentos de massa encefálica pelo asfalto".
O Ministério Público justifica a ação civil alegando que "além das ilicitudes praticadas e dos danos morais sofridos pelos familiares da vítima, em decorrência da exibição de imagens da menor falecida, vale destacar que o programa foi transmitido em horário inapropriado a crianças e adolescentes, que ficaram expostos às imagens degradantes exibidas pelo programa".
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