O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MP) contra o deputado estadual Gilberto Ribeiro (PSB). O MP acusa o parlamentar de ter atropelado um adolescente de 14 anos e ter prestado falsas informações no inquérito que apurava o acidente. Segundo a denúncia, ele e dois assessores criaram uma versão falsa sobre o atropelamento para afastar de Ribeiro qualquer responsabilidade sobre o caso.
O acidente ocorreu em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, em março de 2011. Desde então, o deputado sempre sustentou que era o assessor dele, Christopher Douglas Kachel, quem dirigia o veículo e que ele estava ao lado, no banco do passageiro. A investigação do MP, no entanto, reuniu indícios que derrubariam essa versão e colocariam o parlamentar atrás do volante no momento do atropelamento. Segundo o MP, o assessor estava longe do local do acidente.
Diante das provas, o órgão entrou com uma ação criminal contra o deputado em junho do ano passado. Os procuradores acusam Ribeiro de lesão corporal culposa (quando não há a intenção de causar o dano) e de prestar falsas informações. Se for condenado, ele pode pegar de dois a sete anos de prisão. Como Ribeiro é parlamentar e tem foro privilegiado, a ação contra ele tramita no TJ.
Além do deputado, o Ministério Público acusa na mesma ação Christopher Kachel e o chefe de gabinete de Ribeiro, Adilson Baron, por falso testemunho. Kachel disse em depoimento à polícia e ao MP que era ele quem conduzia o veículo quando houve o atropelamento. Já Baron teria prestado informações falsas sobre o local onde estava no momento do acidente e, dessa forma, contribuiu para a versão montada, segundo o MP.
O acidente
O atropelamento ocorreu na noite do dia 12 de março de 2011 na Rua João Batista Vera, no bairro Jardim Primavera, no município de Piraquara. A caminhonete Chevrolet S10 que pertence ao deputado atingiu o adolescente William Sanches da Conceição, que estava na calçada. O menino sofreu cortes na orelha e no rosto, além de escoriações pelo corpo. Na época, testemunhas disseram que quem conduzia o carro era o próprio deputado.Procurado por meio da assessoria, Ribeiro disse que não iria se pronunciar sobre o assunto.
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