Carolina Dieckmann: fotos sensuais da atriz vazaram na internet| Foto: Rafael Dias/Rede Globo

A Câmara dos Deputados aprovou ontem dois projetos de lei sobre crimes cometidos na internet. Eles tornam crime a invasão de computadores, a violação de senhas, a obtenção de dados sem autorização, a ação de crackers e a clonagem de cartão de crédito ou de débito – os chamados crimes cibernéticos. Embora os dois textos tratem de web, eles não têm relação com a votação do Marco Civil da Internet em discussão na Câmara (leia mais acima). As duas propostas seguem agora para sanção da presidente Dilma Rousseff (PT).

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Um dos projetos foi batizado de "lei Carolina Dieckmann" que, em maio, teve fotos sensuais suas furtadas e vazadas na internet.

De autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), a proposta criminaliza a invasão de dispositivos eletrônicos alheios que estejam ou não conectados à internet – como celulares, notebooks, desktops, tablets ou caixas eletrônicos – para obter ou adulterar dados no sistema e conseguir uma vantagem ilícita. A pena é de três meses a um ano de prisão, além de multa.

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Pelo projeto, a mesma punição será aplicada para quem produzir, oferecer ou vender programas de computadores que permitam a invasão, como os vírus de internet.

O projeto estabelece ainda que quem obtiver informações sigilosas ou violar comunicações eletrônicas privadas ou segredos comerciais, como senhas ou conteúdos de e-mails, pode receber de seis meses a dois anos de prisão. O texto prevê também a criminalização da interrupção intencional do serviço de internet, normalmente cometida por hackers. Pela proposta, a pena é de um a três anos de detenção, além de multa.

Em tramitação há 12 anos no Congresso, o outro projeto aprovado ontem criminaliza a falsificação de cartão de crédito ou de débito, geralmente feita por meio eletrônico. A pena prevista é de dois a seis anos de prisão. Mesma punição é dada à falsificação de documentos particulares.

Delegacias

Relatada pelo deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), a proposta prevê ainda que manifestações racistas sejam retiradas da internet mediante decisão judicial, sem que seja necessário existir um processo ou mesmo uma investigação policial. O projeto estabelece também a criação de delegacias especializadas em investigar crimes virtuais.

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A proposta altera ainda o Código Penal Militar para criminalizar a entrega de dados eletrônicos a um "inimigo" do país. "São dois projetos que se complementam", explicou Azeredo, que concordou em retirar vários artigos considerados obsoletos de sua proposta.