Vários deputados federais aproveitaram o momento do voto no plenário da Câmara, neste domingo (17), para atacar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os deputados decidem, em uma sessão conturbada, se a presidente Dilma Rousseff (PT) deve enfrentar um processo de impeachment ou continuar no comando de um país abalado por tensões políticas e pela recessão econômica.
“Senhor Eduardo Cunha, o senhor é um gangster. O que dá sustentação a sua cadeira cheira a enxofre”, bradou o deputado Glauber Braga (Psol-RJ). “Nunca vi uma hipocrisia como essa”, disse a deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP), que criticou as várias manifestações anti-corrupção que não citaram as acusações contra Eduardo Cunha. O deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) afirmou que Cunha é um ladrão e o que o processo de impeachment é conduzido por “canalhas”.
O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA), declarou: “Uma conspirata de corruptos liderada por vossa excelência, Eduardo Cunha”, disse. Para ele, agenda do novo governo é de retrocesso e de Estado mínimo.
“Ninguém fala do relatório porque sabe que não tem crime”, reiterou. “Plenário da Câmara não é colégio eleitoral, não estamos no parlamentarismo”. Ele classificou o impeachment como golpe e disse que a tentativa da oposição não será bem sucedida.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Afonso Florence (PT-BA), afirmou que o vice-presidente Michel Temer e Eduardo Cunha querem “dar o golpe” e têm como objetivo paralisar as investigações da Operação Lava Jato, que se aproximam de partidos de oposição, como o PSDB e o DEM.
“A chapa ‘Michel Cunha’ não passará neste plenário”, afirmou o petista, durante a fala de líderes partidários, que precede a votação do impeachment na Câmara. “Cunha é réu no STF e jornais dizem que ‘corruptos’ querem derrubar uma mulher honesta, como a presidente Dilma Rousseff.”
O petista disse ainda que a presidente Dilma Rousseff vai retomar a normalidade institucional após a derrota de impeachment na Câmara. Ele pediu também respeito ao resultado eleitoral de 2014. “Voto popular não é impeachment, impeachment é golpe”, disse.
O deputado Henrique Fontana (PT-RS), declarou: “contra a conspiração e a corrupção representada por Eduardo Cunha e Temer, pela democracia e contra o golpe, voto com toda a convicção ‘Não’ contra este golpe, não ao impeachment”.
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