Um grupo de deputados resolveu pressionar a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para tentar garantir aos consumidores de energia o direito de receber de volta cerca de R$ 7 bilhões que foram cobrados indevidamente pelas distribuidoras entre 2002 e 2009. A cobrança a mais ocorreu por um erro na fórmula de cálculo dos reajustes anuais das contas de luz. A Aneel reconheceu o problema, corrigiu a falha, mas decidiu, na semana passada, que o novo sistema de ajuste das tarifas não poderia retroagir. Na prática, a decisão desobriga as distribuidoras a ressarcir os consumidores que pagaram o que não deviam.
Por conta disso, o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) resolveu encaminhar nesta quarta à Aneel um pedido de reconsideração da decisão. "A agência não pode se furtar da obrigação de agir no sentido de proteger o direito do consumidor que foi efetivamente lesado", diz o texto do documento, assinado por mais de 200 parlamentares. Eduardo da Fonte foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que discutiu a polêmica sobre o erro na conta de luz no ano passado. O ressarcimento do dinheiro cobrado a mais dos consumidores era uma das recomendações do relatório final da comissão.
Para a Aneel, a aplicação retroativa do novo sistema de reajuste das tarifas não tem "amparo jurídico" e sua aceitação provocaria "instabilidade regulatória ao setor elétrico, o que traria prejuízos à prestação do serviço e aos consumidores".
No entender dos deputados, entretanto, a devolução do dinheiro não fere nenhum princípio jurídico e evita, na prática, o enriquecimento indevido das distribuidoras de energia elétrica.
A discussão sobre a cobrança indevida na conta de luz começou quando o Tribunal de Contas da União (TCU) identificou uma distorção no mecanismo de cálculo dos reajustes anuais. Os ganhos que as empresas tinham com o aumento de consumo, que teriam que gerar uma redução no reajuste das tarifas, não estavam sendo contabilizados. Isso garantiu um "ganho extra" de aproximadamente R$ 1 bilhão por ano às empresas.
Assim como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) os deputados alegam que a decisão da agência acabou sendo incoerente, uma vez que o próprio órgão reconheceu o erro no reajuste, mas acabou tomando uma decisão que impede o ressarcimento dos prejuízos para os consumidores. "Reconhecida a ilegalidade, a ilicitude e a excessividade da cobrança, o direito de restituição é consequência lógica e jurídica decorrente", ponderaram os parlamentares. A Aneel terá dez dias úteis para responder ao pedido de reconsideração, segundo da Fonte.
Alcolumbre no comando do Senado deve impor fatura mais alta para apoiar pautas de Lula
Zambelli tem mandato cassado e Bolsonaro afirma que ele é o alvo; assista ao Sem Rodeios
Entenda o que acontece com o mandato de Carla Zambelli após cassação no TRE
Sob Lula, número de moradores de rua que ganham mais de meio salário mínimo dispara
Deixe sua opinião