Lulinha: comissão quer a lista de passageiros que pegaram carona no voo da FAB| Foto: Juca Varella/AE

A Comissão de Fiscalização Finan­­­ceira da Câmara Federal aprovou ontem requerimento de informações à Força Aé­­rea Brasileira (FAB) sobre um voo em 9 de outubro, em que viajaram o presidente do Banco Central, Henrique Mei­­relles; o filho do presidente Lula, Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, e mais 15 acompanhantes. Segundo publicou terça-feira a Folha de S.Paulo, numa sexta-feira, dia 9 de outubro, o avião da FAB que serve à Presi­­­dência, mais conhecido como "su­­catinha", estava a dez minutos de pousar em Brasília quando recebeu a ordem de voltar a São Paulo para pegar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o filho do presidente e os convidados.

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O requerimento, de autoria do deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), pede a lista de passageiros do voo. Por ser autoridade, Meirelles tem direito de fazer viagens em aviões da FAB, mas Lulinha e os outros acompanhantes, não. Depois de ter confirmados os nomes dos passageiros, a comissão pretende tomar medidas para apurar o caso.

Cobrança

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Líderes da oposição no Congresso cobram do governo e do pre­­­si­­­den­­­­­­­­te Lula explicações sobre o uso do avião da FAB para transportar, Lulinha e mais 15 acom­­­pa­­­nhantes. O líder do PSDB no Se­­­nado, Ar­­­thur Virgílio, disse que espera do governo um desmentido enérgico sobre a denúncia, pois dis­­­­se não acreditar que seja algo próprio de ocorrer numa democracia.

"Estou esperando um desmentido muito enérgico. Isso acontecia no Haiti do Baby Doc, do Papa Doc. Não é para acontecer numa democracia madura como a gente imagina que seja a democracia brasileira. Não dá para calar diante de certas coisas."

O líder tucano lamentou que no Brasil foi criado o mito de que ninguém pode falar e criticar atitudes de um presidente que tem 80% de popularidade, porque corre-se o risco de perder a eleição. Mas avisou que ele não irá deixar de mostrar as mazelas e erros cometidos.

Líder do PT na Câmara, o deputado Cãndido Vaccarezza (SP) rebate a oposição, usando a mesma justificativa do governo sobre os direitos da família do presidente e contra-ataca: "A oposição tem direito de fazer oposição ao Lula, ao país. Mas avião da FAB pode le­­var a família do presidente. O Es­­­tado tem que proteger o presidente e sua família. Talvez Lula tenha sido o que menos usou a es­­­trutura de governo para proteção de sua família. Não soube de pa­­­rente (de Lula) empregado no go­­­verno, mas soube de outros parentes, da filha de um outro presidente."

Segundo a Folha, a assessoria de Meirelles confirmou que ele solicitou o avião para voltar a Brasília e que apenas no momento do em­­­barque soube que, "por solicitação da Presidência", o filho de Lula e mais 15 pessoas aproveitariam o voo do Boeing 737 colocado à disposição do presidente do BC.

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