Deputados contrários ao impeachment são cobrados em outdoors

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Às vésperas da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados, no próximo domingo (17), deputados e senadores paranaenses não terão sossego.

Movimentos pró-impeachment e instituições representativas da indústria e de classes profissionais promovem ao longo da semana uma série de ações com o objetivo de reforçar o posicionamento favorável à cassação de Dilma e pressionar os parlamentares indecisos ou contrários ao processo.

PLACAR: Como os parlamentares paranaenses vão votar o impeachment

Entre as ações orquestradas, está o “Mapa do Impeachment” criado pelo movimento Vem Pra Rua, que monitora declarações dos deputados federais e senadores do Paraná.

Por enquanto, dos 30 deputados, 20 se posicionam favoráveis ao impeachment; seis, contra e quatro ainda estão indecisos. Entre os senadores, apenas Álvaro Dias (PV) declarou-se a favor.

A reação de movimentos pró-impeachment foi imediata. Os deputados Nelson Meurer (PP), João Arruda (PMDB), Assis do Couto (PDT), Zeca Dirceu (PT) e Toninho Wandscheer (PROS), que votam contra a destituição de Dilma, foram questionados publicamente, em cavaletes e gigantescos outdoors assinados pelo Vem Pra Rua, pelo Movimento Brasil Livre (MBL) e pelo Mais Brasil, Eu Acredito.

“Por que são contra o impeachment? Ligue, cobre, pressione”, dizem os outdoors instalados em Curitiba, Francisco Beltrão, Mafra e Cascavel, com o nome dos deputados e seus respectivos números de telefone celular e e-mails.

O Mapa do Impeachment também foi reproduzido em um grande painel em frente ao prédio da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), no Centro de Curitiba.

De acordo com a assessoria do Vem Pra Rua, o mapeamento é atualizado diariamente com base em contatos diretos com os gabinetes e monitoramento dos canais de comunicação dos parlamentares. O site será atualizado até sábado (16).

Empresários vão até Brasília pressionar parlamentares

Na segunda-feira (11), a Fiep e outras instituições do setor produtivo e de classe, como a Associação Comercial do Paraná (ACP) e OAB-PR, se reuniram para alinhar as ações que serão promovidas durante essa semana para reforçar o posicionamento favorável ao impeachment e pressionar deputados federais da bancada paranaense para votarem a favor do processo.

“Vamos fazer um corpo a corpo com os deputados para mostrar a importância desse voto. As abordagens são pessoais, porque a essa altura não adianta abordar o partido, já que o voto é individual”, explica o presidente da Fiep, Edson Campagnolo.

O argumento apresentado pelas entidades para angariar mais votos pelo impeachment é a paralisia do setor produtivo diante de uma economia em crise, com crescimento do desemprego e redução de investimentos.

“O problema é que o governo não aponta nenhum caminho para sair da crise econômica. Precisamos de uma solução e apostamos no impeachment e em um novo governo, que possa pelo menos animar o ambiente econômico interno e externo, pois até compradores e investidores estão descrentes”, disse.

No diálogo com os parlamentares, empresários têm concentrado energia nos indecisos Sergio Souza (PMDB), Hermes Parcianello (PMDB) e Ricardo Barros (PP). Entre os parlamentares considerados contrários ao impeachment, o foco é em tentar reverter os votos de Aliel Machado (Rede), Nelson Meurer (PP) e Assis do Couto (PDT).

“O Sergio Souza conta com forte apoio no segmento industrial e trouxe uma esperança de renovação para o setor. Ele está preocupado com o seu futuro dentro da política e acreditamos que por isso deve votar sim. Já o Ricardo Barros parece ser o que mais tem a perder politicamente. Considerando o projeto político familiar e o fato de que a maioria da população paranaense é favorável ao impeachment, apostamos que ele também vá votar sim. Já o Parcianello é uma incógnita”, analisou.